terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O que é Amor?

“O que é o amor?
Onde vai dar?
Parece não ter fim!
Uma canção, cheirando a mar, que bate forte em mim...”

Felizmente, já sei o que é o amor, já sei o que é amar, já dei muito amor! Mas agora, nesse exato momento, quero muito, preciso muito, descobrir o que é ser amada!

Mas não quero amor de travesseiro, amor que passa quando acaba o sexo, nem amor de ocasião, que vai e vem conforme o momento vivido. Quero um amor de verdade, amor de doação, de bem querer, de desejar que o outro seja feliz, mesmo que à distância.

Já escrevi sobre amor uma porção de vezes antes, mas nunca declarei meu desejo por ele, então, hoje o faço! Declaro que desejo muito um amor.

Djavan tem uma música chamada “um amor puro”, que sempre me encantou, mas que hoje percebo o real significado. Ele fala sobre um amor que é dado, sem esperar nada em troca.

Vinicius escreveu “o soneto do amor total” que também fala de devoção gratuita, especialmente  quando diz “amo-te como um bicho, simplesmente, de um amor sem mistério e sem virtude” ele fala da irracionalidade, do não pensar, apenas sentir..
e de te amar assim, muito e amiúde, é que um dia, em teus braços de repente, hei de morrer, por amar mais do que pude...”  entrega...

Quero isso! Quero esse amor! Quero sentir que alguém me dedica algo assim... “te amo afim de um calmo amor prestante, e te amo além, presente na saudade...” ah como desejo isso!!!

Porque nunca declarei isso antes?! Porque amor não se pede, não se implora, não se mendiga! Amor é algo que é oferecido gratuitamente por outro ser. É assim! Tem que ser assim! Se não for, não é amor, é ocasião, é momento, é travesseiro!

Amor à distância é amor platônico?! Tudo bem! Não faz mal, afinal, como dizem por aí, toda forma de amor vale a pena.

Só que nesse momento, apesar de ter um amor assim guardado em mim, quero muito fazer amor, quero muito palavras ditas ao pé do ouvido, acompanhadas de um arrepio na nuca e frio na barriga. Quero muito desejar um alguém que também esteja me desejando. Quero o desejo irracional e incontrolável, mas ao mesmo tempo, quero que o outro deseje minha felicidade plena, independente da sua própria felicidade.

EU QUERO!

“... o que me dá meu coração,
que eu canto pra não chorar,
o que é o amor?
Onde vai dar?
Porque me deixa assim?
O que é o amor?
Onde vai dar?
Luar perdido em mim...”

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ilusões Necessárias

Existem alguns momentos da vida em que precisamos nos apegar a algo, uma ilusão, um desejo, um sonho, enfim, algo que nos faça acreditar que somos capazes de mudar aquilo que nos incomoda, alcançar um objetivo impossível ou viver uma vida diferente da que vivemos.
Uma vez, enquanto passava por um dilema do tipo “não sei se caso ou compro uma bicicleta”, alguém me disse “Não se muda a essência de uma pessoa...” Quem me disse isso tinha razão. Não consegui mudar a essência e também não consegui conviver com essa essência.
Esse foi um problema fácil de resolver, foi só dizer ACABOU! Pronto! Acabou mesmo! Agora, o problema difícil e impossível de resolver é quando não gostamos da nossa própria essência.
É nossa essência, não há como mudar e também não há como nos colocar pra fora da nossa própria vida. Nesse caso, não há viagem, corte de cabelo, dieta, ou qualquer outra solução mágica que dê jeito, mas gostamos de pensar que essas soluções dão sim um jeito. Precisamos acreditar que sim.
Criamos então algumas ilusões necessárias, que podem durar um minuto, um dia, um mês, mas que cedo ou tarde são sufocadas pela nossa essência, por aquilo que somos de verdade.
Numa dessas ilusões necessárias de um minuto, assim como a música diz, abro minhas asas e aprendo a voar.
Numa dessas ilusões de um mês, faço de conta que sou de alguém que não me pertence e mais ainda, faço de conta que esse alguém também me pertence, então, por um mês, sou feliz.
Na ilusão de um dia, faço de conta que não ligo a mínima pra nada nem ninguém além de mim mesma, me olho no espelho e digo repetidas vezes que sou uma diva e que o mundo está aos meus pés.
No final do minuto, não saí do lugar.
No final do mês, continuo só.
No final do dia, o brilho da diva se vai, os cachos se desfazem e vejo que sou a mesma de ontem.
A vida segue assim,  com a realidade diária sendo disfarçada por essas ilusões necessárias, que trazem felicidade, contentamento e prazer em viver.
O que seria de nós sem a imaginação? Sem o poder de criar ilusões?
A vida sem ilusão não tem graça, é sem sal nem açúcar. É o que é e pronto!
Minha ilusão de hoje é bem simples. Hoje, sou alguém que um dia imaginei que seria. Tenho princípios, ética, sou moralmente correta, tenho tudo o que preciso ao alcance da minha mão, sou profundamente amada e admirada e no final do dia, quando menos esperar, algo realmente mágico acontecerá.
É... a ilusão de hoje é boa mesmo, e, obviamente, extremamente necessária, porque se hoje fosse viver minha realidade nua e crua, nem teria saído da cama.
“... I’ll spread my wings and i’ll learn how to fly, i’ll do what it takes, till i touch the sky, make a wish, take a chance, make a change and breakaway...”