Às vezes, a resposta é dura e seca: “Você não é ninguém! É só mais um ser perdido nessa imensidão; nesse mundo mesquinho de pessoas feias e sozinhas!”
Outras vezes, quando o sol brilha acima da minha cabeça, a resposta é imperativa, é certeira é inspiradora: “Você é a luz, é o calor de todos os dias, é o próprio sol que caminha entre as pessoas que necessitam do seu brilho e da sua alegria!”
Mas, na maior parte do tempo, a resposta é o silêncio.
Não consigo saber, entender, sequer imaginar quem sou eu, porque sou eu, até onde sou eu...
Hoje é um desses dias. Hoje é dia de silêncio.
Quem somos nós?!
Somos pó, somos nada, somos coisa nenhuma se comparados ao todo, mas analisados individualmente, somos seres excepcionais, somos únicos, somos inigualáveis, somos tudo o que é necessário para completar e complementar o cosmo.
Somos pais, mães, amigos, irmãos, amores, amantes, flores, pétalas, pedras, oceanos e mares, somos tudo aquilo que a natureza constitui em sua grandeza e plenitude.
Mas, imperfeitos, somos mesquinhos, invejosos, carentes, desalmados, desumanos e incapazes de perceber nossa beleza individual.
Somos a pétala com inveja da raiz, que cresce no chão e dá a vida.
Somos caule, com inveja da pétala por sua maciez e beleza.
Somos pólen com inveja da flor, nos sentindo só um grão, não nos dando conta de que através de nós a vida se refaz.
Nós não somos nada mais...
Hoje, sou só eu, e, sendo só, não há o que ser, a não ser aquela borboleta, que vez em quando pousa em mim, trazendo esperança, acalanto, encantamento...
Silêncio...
Essa é a resposta de hoje.
Hoje, que não sou flor, caule, raiz, planta ou qualquer outra coisa viva.
Hoje sou silêncio e nós somos passado.