Sem percebermos, diariamente, fazemos escolhas que tem um retorno a curto, médio e longo prazo. Muitas vezes são escolhas pensadas, ponderadas, medidas e outras vezes, nem tanto, por exemplo, ao decidir se fará faculdade ou comprará o carro primeiro, você pensa, repensa e decide o que melhor lhe convém. É muito melhor buscar a gatona de carro na porta de casa do que dizer que terão que ir de ônibus pra baladinha, porque seu pai não emprestou o carro dele. A curto prazo, a decisão foi ótima, afinal, entrar no motel a pé é um mico muito grande. A médio prazo, a decisão pesa, porque a promoção não rolou por conta de uma deficiência curricular. A longo prazo, a decisão foi muito errada, por um zilhão de razões e sorte a sua se estiver ao menos empregado.
Aos quinze anos, escolher Mc Donalds como cardápio semanal não é nada demais. A curto prazo, o máximo que pode acontecer, são uns quilinhos a mais. A médio prazo, talvez uma gastrite ou úlcera. A longo prazo, problemas cardíacos e um colesterol altíssimo.
Fumar na adolescência também não é nada demais e dá um ar de “descolado”, é uma “adultescência”, ou seja, faz com que se pareça um adolescente mais maduro que os demais. A curto prazo, talvez um pouco de placa nos dentes, celulite e um pouco menos fôlego do que o habitual. A médio prazo, um bafo horrendo, menos fôlego ainda e várias manchas nos dentes, que requerem visitas mais constantes ao dentista. A longo prazo, doenças cardíacas, câncer de pulmão, AVC, em resumo, umas quinhentas formas diferentes de morrer.
Uma desavença com amigo, parente ou alguém de quem gostamos a curto prazo causa um stress que muitas vezes é desnecessário. A médio prazo causa um mal estar que cresce à medida que o tempo passa e incomoda como uma pedra no sapato ou um osso de galinha atravessado no pescoço. A longo prazo, para as mulheres, pode causar câncer de colo de útero ou seios, já que todo desamor ou desilusão sentimental é desviada para os pontos mais sensíveis de seu corpo, e, para os homens doenças cardíacas e câncer de próstata, pois os homens, assim como as mulheres, somatizam suas angústias em locais específicos, a diferença está nos índices. Qual o percentual dessas doenças em homens e mulheres?
Se relacionar com a pessoa errada também tem suas consequências. A curto prazo, um rombo no coração. A médio prazo (na melhor das hipóteses), um rombo na conta bancária. A longo prazo, um rombo na vida, porque dificilmente haverá vontade de uma nova tentativa de relacionamento.
Enfim, poderia ficar aqui citando inúmeras situações que certamente teriam consequências a curto, médio e longo prazo, mas o fato é que em algum momento, por alguma razão, minhas decisões são cobradas e recobradas constantemente. Talvez eu tenha feito algum pacto do qual não me recordo, de corrigir essas escolhas ruins antes que se tornem doenças irreversíveis ou algo do tipo. Parei de fumar, não como Mc Donalds com tanta frequência, estou buscando aperfeiçoar meu defeito curricular, etc.
Só que algumas escolhas não posso desfazer, celulite é irreversível e por sorte, como resultado dos meus desamores, meu útero gerou vidas, ao invés de doenças.
Simplesmente Lindo...
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