Vejo a vida como uma grande casa de jogos, como a Las Vegas que vemos em filmes, onde existe o deserto a ser atravessado, os hotéis luxuosos, a promessa de ganho fácil e diversão sem fim, além é claro, das pessoas bonitas, atraentes e sedutoras que circulam nesse meio.
O grande lance é saber como, onde, quando e quanto apostar.
Todos os dias temos máquinas caça-níqueis que sorriem pra gente com um letreiro piscando cifras maravilhosas que nos fazem sonhar, desejar e algumas vezes, nos lançar. Nesses dias, pode ser que a sorte sorria e os três trêvos parem alinhadinhos e milhares de moedas douradas caiam aos nossos pés. Mas também pode acontecer o contrário, pode ser que apareçam três figuras completamente diferentes e aquela sensação de frustração e falta de sorte venha a nos invadir. Daí, a opção é apostar mais e mais ou virar as costas e digerir tal sentimento.
Existem aqueles que se viciam nos jogos que a vida apresenta. Existem pessoas que nunca estão satisfeitas e estão sempre apostando que o que vem a seguir será melhor e maior, especialmente na vida profissional. São espécies de apostadores compulsivos, que às vezes erram, às vezes acertam, mas que na maioria das vezes, ficam com saldo zerado. Nem devendo, nem ganhando, simplesmente trocando moedas por fichas. Colecionando histórias e desejos.
Existem aqueles que não vieram pra esse mundo pra jogar, mas para serem expectadores. Observam à distância o sobe e desce das pessoas. Vêem tudo o que uns ganham e outros perdem. Sentem vontade de apostar, mas não tem coragem ou não se sentem sortudos o bastante para arriscar. Sofrem por ver que o que desejam pertence a outras pessoas, mas não tem poder para mudar sua essencia.
Outros, jogam esporadicamente. Jogam somente quando tem uma certa margem de segurança para arriscar sem perder, ou pelo menos sem perder muito. Geralmente são pessoas sensatas, que estão em posição de liderança ou de comodismo. Não digo que são covardes, só são pessoas que preferem estar onde e como estão, para não correrem o risco de enfrentar o deserto à pé.
E existem os demais, que arriscam, apostam, erram, acertam e estão sempre em movimento. Sempre esperando por algo mais, mas sem medo do deserto, das figuras que não se encontram, dos dados que não dão o número esperado. São players para tudo, para o amor, para os negócios, para a família, para a vida toda. Para esses, Vegas é sua casa. Não se preocupam em atravessar o deserto, pois estão habituados a dormir na areia. São resistentes a ponto de, se necessário, beber água de cactus para sobreviverem. Dormem ao relento quando decaem, mas ao primeiro sinal de possibilidade positiva, levantam, sacodem a areia que ficou grudada e voltam para apreciar o brilho das luzes da cidade, o ar do que é bom, o cheiro da esperança, para quem sabe, sairem de lá com algo mais do que boas lembranças.
Gosto de jogar. Gosto de arriscar. Adoro acertar. Uns dizem que quem tem sorte nos jogos, não tem sorte no amor e vice-versa. Mas, e quando o amor é um desses jogos? Sempre se perde ou sempre se ganha?
Puxei a alavanca.
Meu caça níqueis está rodando.
Não parou ainda.
Não sei se aparecerão trêvos ou figuras diferentes, mas uma coisa é certa, a expectativa que sinto, enquanto tudo está girando é fantástica!
Apostei, Arrisquei.... agora é só Acertar...
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