CONVENÇÕES

Hoje me peguei pensando nessa coisinha ridícula que é a convenção. Aliás, tudo aquilo que é convencional me cansa.

Não vou te perguntar se está tudo bem se eu não estiver realmente interessada em saber e você está bem ou não. Assim como, se eu chegar a te perguntar, é porque eu realmente me interesso por você, então, não me conte coisas sobre sua vida, se eu não te perguntar! Se eu quiser saber, pode deixar que eu mesma pergunto.

Também não consigo aceitar o fato de que tenho que fazer de conta que não me incomodo com aquele cara que não me liga no dia seguinte. Me incomodo sim! E muito!

E se eu resolver ligar no dia seguinte é porque realmente quero ligar, mas se eu não ligar, não demonstrar o mínimo interesse, não fizer nenhum barulho, então amiguinho, não pense que estou cumprindo o protocolo, porque não estou! Não gostei, não significou nada! Simples assim! Não perca seu tempo me ligando!

O mesmo vale praquele convite direto, sem rodeios. Te convido para jantar e para te jantar. Portanto, não há porque fazer firulas, contar histórias, ficar com rodeios. Estamos ali pra isso mesmo!

Agora, quando se trata de romance, de encanto, de rodeio, também deixo claro, afinal, o cara que me despertar o desejo do romance, merece meu empenho em proporcionar a noite ideal, o vinho, o perfume, entende?!

Enfim, dá pra diferenciar claramente; portanto, o cara do abate vai pro abate e o cara do romance, ganha um caminhão de laranja, assim como no truco!

Outra coisa que também não consigo disfarçar é o incomodo que sinto ao ver postagens fúteis no Facebook. Sim! Me incomodam posts de pessoas que gastam horrores em utensílios e bolsas custeadas pelos maridos ricos e depois compartilham as fotos dos “looks” do momento. Inveja?! Sim, um pouco, talvez bastante, mas mais do que isso, é indignação, porque esses “looks” custam no mínimo cem vezes o salário do peão que fica babando  esses posts!

Quer saber outra coisa que me irrita?! Ter que me esforçar para parecer mais uma pessoa feliz, no mundo cor-de-rosa de Alice! Não sou coelho, não estou atrasada para o chá e sim, tenho vontade de gritar a todo momento “CORTEM-LHE A CABEÇA!”

Então, de tudo isso, só quero mesmo dizer que não quero, não sou e nem pretendo ser parte do que é convencional! Se digo que amo, amo! Se digo que quero, quero! E se por acaso eu te disser algo diferente disso, lembre-se que é só pra quebrar o protocolo, fugir a regra e não obedecer à convenção.