segunda-feira, 10 de junho de 2013

TRIANGULO DAS BERMUDAS



O Triangulo das Bermudas, também conhecido como Triangulo do Diabo, é famoso por suas histórias de desaparecimentos, desastres e lendas que giram em torno dos estranhos acontecimentos registrados ao longo da história. Atribuem-se a esta área, fenômenos de causas naturais, em função de clima, campo magnético e posição geográfica, pois situa-se entre as ilhas Bermudas, Porto Rico,  Fort Lauderdale e Bahamas. Às causas sobrenaturais, atribuem-se abduções extraterrestres, maldições de Deuses e afins.

Meu triangulo das bermudas é menos nocivo e, obviamente, muito mais interessante, pois ao me perder nele, me encontro e ao me encontrar nele, descubro as delicias de me perder.

Claro que ninguém se perde por escolha, mas sim por acaso, ocasião, falta de direção e muitas vezes, por sorte.

Só quem tem sorte, chega ao Triangulo das Bermudas e lá permanece.

Só quem tem sorte, sente o clima extremamente agradável, a brisa afável e consegue perceber a beleza da região.

Só quem tem de fato muita sorte, consegue sobreviver às altas ondas de desejo, às inconstâncias e incertezas da maré e mesmo sentindo enjoo e tontura, resiste bravamente, mantendo-se de pé, ainda que deitado.

Porém faz-se necessária uma dose maciça de loucura, pois só os loucos, ousam permanecer navegando, sem enxergar o horizonte, sem saber se haverá uma rocha, uma ilha, um fato qualquer, natural ou sobrenatural que o fará naufragar ou atracar num porto desconhecido em qualquer lugar do oceano atlântico.

Fundamental e indispensável, a coragem que acompanha tais navegadores destemidos é constantemente colocada à prova, pois segundo algumas lendas, há também monstros marinhos, perigos invisíveis e, o desconhecido nada, que chega lenta e silenciosamente, preenchendo espaços, cobrindo a atmosfera e se ocupando daquele tremor que corre a espinha, descendo até a planta dos pés.

Nada se compara à segurança trazida pela certeza do nada saber, do nada ter e do muito querer.

Somos navegadores, portanto, “Navegar é preciso, viver não é preciso”... Não há precisão na vida. Não há quem possa de fato precisar o que virá amanhã, mas é possível precisar o fato de que fazendo chuva ou sol, dia ou noite, a qualquer tempo ou lugar, permaneceremos navegando, desbravando, nos perdendo e nos encontrando...

Aliás, me perder é o que mais quero, pois só assim conseguirei novamente me encontrar entre ilhas, mares, oceanos, olhos, ouvidos, boca, cheiro, braços e abraços, sentindo o frio na barriga, o calor na alma e a certeza de que não há terra, mar, céu, fenômeno natural ou sobrenatural que me proporcione tanto prazer...

 

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