segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A ARVORE DA FELICIDADE E OS PASSARINHOS



Estavam lá, batendo no vidro, dois passarinhos lindinhos!

Peito amarelinho e pena cinza, com pernas e bico bem compridos.

Me assustei porque estava correndo pra entregar relatórios (aqueles infindáveis), quase entrando na tela do computador, quando de repente, vi uma sombra que subia e descia e um barulhinho insistente (tuque!), daí vi que o pobre casal de passarinhos, havia se encantado com a possibilidade de fazer um ninho na Árvore da Felicidade que fica na sala do meu chefe, e, só desistiram porque enfiei meu cabeção na janela, bati no vidro e disse pra deixarem de ser bobos e pararem de bater no vidro, pois corriam o risco de se machucar.

O passarinho, não se intimidou com meu cabeção! Parou no pára-peito da janela e ficou me olhando, como se não entendesse e ao mesmo tempo, como se eu o estivesse impedindo de tentar alcançar aquilo que ele queria.

 

Fui pra casa ontem pensando nisso.

 

Eu também sou o passarinho no pára-peito, batendo contra o vidro, sonhando em construir minha casinha na árvore da felicidade.

É uma arvorezinha linda! Macho e Fêmea juntinhos e entrelaçados, com folhas bem verdinhas e brilhantes, sabe?!

 

Daí vem a pergunta: Com tantas árvores espalhadas pelo mundo, plantadas em parques lindos, abertos e de fácil acesso, porque insistir justo nessa?!

 

Porque é a Árvore da Felicidade!

 

Nunca vi uma árvore da felicidade em parques, bosques ou florestas comuns. Só as vejo em salas de chefes, diretores, presidentes e pessoas bem resolvidas.

É uma árvore realmente especial.

 

Na vida, já encontrei muitos cabeçudos que bateram no vidro e me disseram pra desistir e eu, assim como os passarinhos de ontem, peitei, olhei firme e depois desisti, mesmo porque, não havia alternativa visível ou meio de eu ultrapassar a barreira.

 

Mas e se ao invés de manda-los embora, eu tivesse aberto o vidro?! Talvez, eles se assustassem com a tentativa de auxílio e voassem pra bem longe, mas se eu mantivesse o vidro aberto, talvez eles voltassem mais tarde e ao invés de eu olhar só a árvore da felicidade, eu também tivesse a chance de ver um casal feliz...

Não dei a possibilidade de chegarem perto daquilo que eles queriam.

 

Fiz com eles, o que muitos cabeçudos já fizeram comigo, a diferença é que ainda estou no pára-peito. Será que um dia, alguém vai abrir o vidro pra eu entrar?!

 

Acredito que todos tenham a sua “árvore da felicidade”.

Uns já construíram seus ninhos e vivem calmamente e com toda plenitude, outros, chegaram lá e não contentes, decidiram buscar outras árvores (talvez um baobá), e, os demais, aonde eu me incluo, ainda estão batendo no vidro...

 

...Tuque!....

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