sexta-feira, 27 de setembro de 2013

SUPERNOVA


 Estávamos sós, perdidos em nossos pensamentos e sentimentos, então o desejo tomou conta de nós, e, sem pensar, sem sequer ponderar, nos pegamos.

Intensa e insanamente, nos pegamos!

Sim! Feito coisa, feito bicho, feito desejo e puro calor.

Não falamos, pois nossa urgência em nos ter é maior do que qualquer necessidade de formalidade.

Beijos, cheiros, lascívia e tudo o que envolve a carne deve imediatamente ser satisfeito, porque se não for assim, não nos contentaremos, não nos sentiremos, não seremos completos.

O calor do seu corpo me entorpece de tal maneira, que instintivamente, quero e necessito degustar você em todos os sentidos.

Minha pele, que neste momento é sensível a qualquer toque seu, se arrepia constantemente e meu corpo reage aos seus movimentos.

Reagindo, me entrego e correspondo aos seus anseios.

Minha boca, receptiva e sedenta, é sua.

Minhas mãos tentam conter as suas, que percorrem meu corpo avidamente, então imploro para que o faça com força, quase com brutalidade, pois neste momento, sendo só desejo, não quero leveza, não quero delicadeza. Quero me sentir dominada. Quero me sentir sua propriedade.

Nosso suor se mistura, nossa respiração é ofegante e meio de nos excitarmos ainda mais. Nossas línguas se encontram por alguns instantes, mas não nos preocupamos em contê-las num beijo, pois são mais do que papilas gustativas, são parte do todo, são responsáveis por levar gostos e provocar sensações.

Famintos de nós, nos devoramos.

O mundo lá fora já não existe mais, aliás, o mundo se resume a nós e à necessidade que sentimos um do outro.

Somos mais que pessoas, somos estrelas colidindo, somos supernova em criação, somos uma espécie de distorção no tempo e no espaço. Estamos dispostos a erradicar, destruir, findar e ao mesmo tempo, criar, inventar e gerar.

E quando satisfeitos, quando esgotados em todos os sentidos físicos, depois de gozarmos com corpo e alma, só então nos olhamos, sorrimos, e dizemos “olá”...
 




“Quando a tua boca me rouba um beijo
Sinto meu chão rachar
Amo teus contornos, em ti me vejo
Dentro do teu olhar

Mas bem lá no fundo me bate um medo
Medo de me entregar
Quase todo mundo tem um segredo
Me ajuda a desvendar...”


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