Às vezes meu coração aperta, como
se eu não fosse mais capaz de respirar, como se não fosse mais capaz de fazer
ou sentir nada além de dor.
Às vezes, minha alma chora, como
se não fosse haver nada para acalmá-la ou curá-la.
Às vezes, meu mundo desaba, como
se não fosse mais haver amanhã, como se tudo estivesse realmente findando,
definhando e morrendo...
Então a lua me chama, traiçoeira
e arteira como só ela sabe ser e me convence de que respirar é só o primeiro
passo para que eu supere minha dor.
Então o sol brilha forte e aquece
minha alma, cicatriza minhas feridas e me enche de energia...
Então, em meio aos destroços,
percebo que o amanhã existe, que a vida se refaz, que continuo inteira e que a
vida segue...
Desamores fazem parte do processo
natural da vida, sofrer faz parte do amadurecimento e se levantar é a prova do
crescimento.
Todos somos assim! Pessoas e
bichos. Seres e coisas. Todos sem exceção, somos assim!
Frágeis, expostos, tentando nos
segurar em crenças ou coisas que nos passem sensação de segurança, de estarmos
alheios ao mal que nos cerca e que pode nos atingir.
Criamos personagens, inventamos
armaduras, nos cobrimos de proteções reluzentes e ineficazes, e, ainda assim,
acreditamos que estamos seguros.
Somos veias, músculos, corações e
desejos pulsantes, na expectativa daquilo que não existe, daquilo que
imaginamos ser ideal, daquilo que nos faça sair da realidade e nos leve ao
mundo sublime do sentir, mas, ao mesmo tempo, não queremos sentir...
Ah ignorantes almas, que não
sabem o quão bom é sentir, o quão maravilhoso é saber, o quão infinitamente
mágico é amar...
Se fossem realmente inteligentes,
despir-se-iam de suas armaduras, desatariam seus nós, poriam abaixo suas
reservas e jogar-se-iam nas mais loucas e intensas aventuras...
Talvez assim, entenderiam o que é
liberdade.
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