quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Excluir e Bloquear - Parte 2



Estamos na era do “Excluir e Bloquear”, já escrevi sobre isso antes. Já disse que apesar de hoje, todos acharem que basta excluir e bloquear alguém de redes sociais, para que a pessoa desapareça da face da terra, não é bem assim no mundo real, pelo menos não no meu mundo real.

Excluir e bloquear significa muitíssimo mais do que eliminar um rosto da rede social, do celular, do grupo de whats.

Se eu te excluir e bloquear, significa que te eliminei de todas as esferas possíveis e imagináveis, seja em minha mente, no meu corpo, no meu dia-a-dia e especialmente do meu presente e futuro. Infelizmente, do passado não tenho como eliminar, não de imediato, mas com o tempo, tudo se apaga, até mesmo o passado. E para isso, não preciso excluir, tão pouco bloquear em celular, facebook e afins, porque uma vez bloqueado e excluído de meu coração, não há volta.

Muitas pessoas não entendem que o mundo não é essencialmente feito de verdades e mentiras, feios e bonitos, gordos e magros, bons e maus, mas sim, é feito de pessoas imperfeitas que buscam de alguma forma tornar-se perfeitas para alguém, independente de seu passado, presente ou futuro, porque como falei antes, até o passado apaga-se e tanto o presente quanto o futuro dependem incondicionalmente de algo chamado “VALOR”.

Valorize quem te quer bem, quem te alimenta, quem te reconhece e impulsiona, mesmo que esse alguém não seja seu ideal de conduta ou de vida, porque este alguém será aquele que estará ao seu lado, mesmo que você não seja um ideal de conduta e de vida.

Cuide para que este alguém saiba e sinta-se valorizado, porque uma hora dessas, pode ser que você seja deletado ou excluído não de redes sociais ou celular, mas do que realmente importa, do coração, da mente, de tudo o que te tornava especial, porque ao tornar-se pessoa comum, não haverá motivo para permanecer ativo em redes sociais e afins, daí fica fácil te excluir e te bloquear.


E caso eu venha a te excluir de minha vida, só te resta estudar tudo o que envolve o termo despedir-se e seus sinônimos... use mais do que Excluir e Bloquear, afinal, nossa língua é rica e há ao menos outras dez formas diferentes de dizer ADEUS!

Experimente: Demitir! Desembestar! Despachar! Desprender! Destituir! Enviar! Exalar! Exonerar! Fulminar! Lançar! Mandar! Soltar! Libertar!


Demita todos aqueles que não são bons o bastante para ocuparem posições importantes, indispensáveis ou de destaque em sua vida.

Desembeste a falar tudo aquilo que lhe vier à mente.

Desprenda-se daquele corpo e daquele calor que te fazia tão bem!

Destitua aquele por quem você suspirou tantas noites e que hoje não representa coisa alguma em seu dia a dia!

Envie para o inferno todos os seres sem luz que te cercam!

Exale seu melhor perfume para que saibam e sintam que você é você!

Exonere todos aqueles que de alguma maneira entendam ou pensem ser mais do que são!

Fulmine com toda sua fúria e calor, tudo e todos os que se sobrepõe às suas vontades.

Lance maldições naqueles que pouco creem em seu poder.

Mande embora quem te atormenta.

Solte suas amarras e não se prenda àquilo que não vale a pena.

Liberte seu ser, seu coração e sua alma, para que o novo possa entrar e fazer morada.


Despeça-se do passado.

Despeça-se do futuro que não aconteceu.

Despeça-se do presente mal vivido.

Abandone os planos que fez.

Abandone os planos que jamais de realizarão.


Exclua e bloqueie...

terça-feira, 28 de outubro de 2014

POLITICAMENTE INCORRETA



Não me considero uma pessoa politizada, tão pouco sou adepta à politicagem, então, após o resultado das eleições presidenciais, eu, juntamente com contatos e amigos de redes sociais e afins, trocamos inúmeras mensagens, vídeos, imagens e tudo o que surgiu instantaneamente, para propagação, deleite, demonstração e constatação da indignação coletiva do momento, bem como manifestações contrárias. Também não sou nem um pouco polida, portanto, não tenho porque esconder (nem conseguiria), minha profunda decepção com o povo do país no qual nasci, cresci e vivo.

Em Julho de 2013, recebi um telefonema assustado do meu filho, porque havia visto na TV que vândalos estavam pelas ruas quebrando, protestando, saqueando e amedrontando a população. Eu, na época, morava longe da zona central da cidade, logo, estava distante do movimento que tomou conta das ruas por alguns dias. Expliquei para meu pequeno que aquele movimento se dava por conta da insatisfação das pessoas com relação à administração do país e que, mesmo que da maneira errada (em meu ponto de vista), o povo estava disposto a não mais se contentar com o que havia.

Na época, escrevi um texto sobre o assunto, dizendo que eu não concordava com a forma como as coisas estavam acontecendo, porque usava-se o poder e a voz do povo para tendenciar, instigar e direcionar a população da pior maneira possível, pois o lugar correto de se protestar seria nas urnas. Usava-se o termo “o gigante acordou” de maneira agressiva, mas este mesmo gigante jamais havia e haverá de se levantar e virar as costas para a urna, no momento do voto, afim de protestar e demonstrar sua insatisfação de maneira coerente e pacífica.


Veja bem, escrito em Junho de 2013. Estamos em Outubro de 2014 e neste período, tivemos outras manifestações, outras esquisitices e aberrações políticas, populares, estudantis, econômicas, sociais, verbais, textuais, expressas ou não! Tantas!

E no meio de tudo isso, num mesmo ano, tivemos dois momentos extremamente marcantes na história do Brasil.

1 – COPA DO MUNDO NO BRASIL

2 – ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Sobre a copa, também escrevi! Jurei me abster, mas não consegui, porque além de não ser polida, também sofro de incontinência verbal! Escrevi! Não “Fujo à própria luta!”

  
Lá escrevo: “O que vejo são pessoas sem opinião sendo manipuladas e hoje, perdendo seus empregos porque não pensaram no amanhã, não reivindicaram da maneira correta e sim, sendo punidas por prejudicarem milhares de outras pessoas.

O que ainda verei?! Essas mesmas pessoas, do bem e  do mal, boas e más,

 politizadas ou ignorantes reclamando da vida, mas votando errado, como

 sempre foi!”.


Quando eu disse isso?! Às vésperas da Copa, quando os olhos do mundo estavam voltados para nosso rico país, e nós, preocupados com decorações, manifestações, falando sobre dinheiro que foi gasto em estádios quando deveriam e poderiam ter sido direcionados para a Educação e a Saúde do País. Lembra?! Não?! Eu lembro! Aliás, se olharmos atentamente, ainda veremos muros com algumas frases que falam sobre isso de maneira bastante clara e até chula!

Quando vi o resultado das eleições, recebi uma mensagem que dizia “Agora o povo vai pra Paulista!” ... Pensei “Nossa! O povo vai mostrar sua indignação!...” Pensei errado! O povo foi para a Paulista festejar... Isso mesmo! Festejar!

Voltando um pouco no tempo, dia 13/07 foi a final da copa. Brasileiros tornaram-se Alemães! Um pouco antes disso, vi o povo vaiando a Presidenta em rede nacional e mandando-a tomar co Cú! Lembra?! Não?! Eu me lembro!

Dia 31/07, o Sr. Joaquim Barbosa, aposentou-se definitivamente e deixou de ser Presidente do Supremo. Você sabia disso?! Não?! Ah sim! Estava ainda revoltado pelos 7 gols que tomou da Alemanha dia 08/07! Ah Sim!

Sabia que Joaquim Barbosa, em 2013 foi eleito um dos homens mais influentes do mundo, pela revista Time?! Sabia que ele estudou até na França e que é o primeiro ministro reconhecidamente negro do Supremo Tribunal Federal?! Não, né?! A Copa não te deu tempo de tomar conhecimento disso.

Aliás, a Copa nem te deu tempo pra pensar em quem votar para presidente, não é mesmo?!

Ontem vi algumas manifestações em redes sociais. Pessoas de luto, pessoas festejando, mas principalmente e o que mais me chamou atenção, foram as pessoas que simplesmente deixaram de decidir e deixaram que outros decidissem por elas! Aqueles que se abstiveram do ato de votar e decidir.
Covardia?!

Falta de conhecimento político?!

Ou por pura politicagem?!

Sabe quem foi Poncio Pilatos?! Foi aquele que lavou as mãos diante das acusações contra Jesus, dizendo que o povo decidiria o destino dele e que, em suas mãos não pesaria culpa alguma. Lavou as mãos no sentido literal, porque para demonstrar sua falta de ação, solicitou uma bacia com água e lavou as mãos diante da população. Ato de politicagem. Não desagradou Cesar, tão pouco desagradou os altos sacerdotes da época e deu ao povo a falsa sensação de decisão.

Nesta eleição, tivemos em torno de 21% da população que se absteve de seu direito e dever de votar. São milhares de pessoas que lavam as mãos diante de uma decisão importante.

Sei que é pesado usar Pilatos nessa história, mas vale como referencia.

Vamos além agora, pensando no país como uma empresa, que em minha opinião, seria a maneira correta de encará-lo. Uma empresa tem um quadro diretivo, que em tese pode ser considerado como Ministros e Senadores. Tem o presidente, que neste caso, é nossa Dilma. Temos os Gerentes e Gestores, que podem ser os Vereadores. E tem os funcionários, que fazem com que a máquina trabalhe, gire, e, aconteça diariamente, que somos nós, em nossos setores, sendo que dentro desses setores, temos empresas, empresários e simples operários.

Quando a empresa vai mal, o quadro diretivo ou os donos da empresa demitem o presidente e escolhem um sucessor. Alguém capaz de fazer com que a empresa volte a ter lucro, volte a crescer, volte a de fato manter-se de pé e ser competitiva, diante do mercado em que atua.

Imagine que, em nossa empresa, “Empresa Brasil”, os donos são os operários, empresas e empresários, e, que os demais, sendo Gerentes, Gestores e Diretores, apesar de “atuarem” em cargos superiores aos dos operários, na verdade, periodicamente, prestam contas para os operários, verdadeiros donos da Empresa Brasil, afim de que estes decidam, opinem e demonstrem seu grau de satisfação ou de insatisfação com sua forma de gerir a empresa que lhes pertence.

Pois bem! Assim é o país!

Agora, estes gestores não tem intenção nem interesse de fazer com que os operários e donos da Empresa Brasil saibam e vejam e demonstrem sua insatisfação, então, criam workshops, criam benefícios, distribuem participação nos lucros, que muitas vezes saem do próprio bolso dos operários, mas estes, tão anestesiados e gratos, não conseguem ver ou entender isso, então, desatentos à real situação da empresa, mantém a gestão nas mãos de péssimos gestores.

Não me abstive ao meu poder e dever de votar. Como acionista da Empresa Brasil, votei no primeiro turno para Marina e no segundo turno para Aécio. Entenda, não sou fã deste ou daquele, mas fui e sou contra a atual gestão, porque vi, assisti, me atentei e percebi a insatisfação coletiva e não só a minha! Não ganhei bolsas, nem incentivos, nem nenhum tipo de beneficio que me deixasse embriagada ou ludibriada. Estava sóbria quando a população cantou o hino nacional nas ruas, no palácio e no estádio durante a abertura da Copa. Estava bem acordada quando optei por meus candidatos e hoje, após a ressaca, rebordosa, enjoo e tudo de ruim que me acometeu logo após o término das eleições, mais uma vez sóbria, escrevo!

Consciente e sóbria o bastante para saber que posso receber críticas duras, afinal, se a Revista Veja pagará por suas últimas publicações, creio que eu também esteja sujeita a algumas críticas e talvez postagens que falem sobre Câncer ou coisa parecida, como já aconteceu recentemente.

Somos livres para decidirmos pelo sim, pelo não e pelo talvez! Logo, somos diretamente responsáveis por aquilo que fazemos, dizemos, deixamos de fazer e deixamos de dizer! Pode-se dizer que é ação e reação, ou livre arbítrio.

Agora, estamos às vésperas do natal, então, acho difícil que novas passeatas aconteçam, porque o povo gosta de festa! Mas em janeiro, quando todas as novas medidas, novos diretores e afins forem definidos, quando impostos e aumentos se mostrarão, quando de fato saberemos e entenderemos o que significa “Governo Novo com presidente velho”, estarei de prontidão, em frente à minha TV, afim de assistir à manifestação popular ou a falta dela.

Será que os 21% que lavaram as mãos irão para as ruas?!


Aguardemos!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PEGA E NÃO SE APEGA


Esses dias, vi que minha sobrinha de vinte e poucos anos está lendo um livro com o título “não se apega”. Não vi quem é o autor, tão pouco o conteúdo, mas pelo título, suponho que seja mais um desses livros com a fórmula mágica do desamor, do desapego, do descaso com o sentimento do outro.



Não sei se é, pode ser que eu esteja tremendamente errada.

Veja, não estou criticando o livro, só estou supondo, pelo título, qual pode ser o conteúdo.

Essa minha sobrinha é linda, inteligente, independente, destemida, e tantos outros adjetivos que eu também possuía quando estava na casa dos vinte.

Hoje vejo o quão errada fui. O quão fútil fui.

De tão linda, achava que o mundo deveria sempre se curvar aos meus pés.

De tão inteligente, me considerava acima de tudo e de todos, logo, inalcançável.

De tão independente, não precisava de nada, nem de ninguém para me fazer bem, para ocupar meu coração, porque este já estava ocupado demais com meu amor por mim.

De tão destemida, não me importava com os riscos que corria, tão pouco com os corações que partia, pois sabia que o futuro para mim seria tudo aquilo que eu quisesse, seria somente o que eu fizesse dele.

Parti o coração de garotos bacanas, porque a política do pegar e não apegar era minha filosofia de vida.

Vi e senti meu coração se partir também muitas vezes porque sempre encontrei aqueles que tinham uma política parecida com a minha.

Hoje, passado tudo isso, penso que adoraria comprar um livro que me dissesse como não me apegar, como não me interessar, como não me importar.

Hoje, passado tudo isso, sinto que adoraria comprar um livro que me dissesse como fazer com que o outro se apegue, se interesse, se importe.

Hoje, passado tudo isso, vejo que somos seres vazios, tão preocupados em nossa preservação individual, que nos tornamos incapazes de deixar que o amor aconteça, porque amor e dor caminham juntos e estando fechados para o sentimento, evitamos a dor. Estabelecemos padrões, meios de análise, formas de simular e camuflar o que somos e o que queremos, então, magoamos.

Magoamos àqueles que sonham com o amor.

Decepcionamos àqueles que se abrem para nós. 

Desiludimos àqueles que esperam um mínimo gesto de afeto.


Hoje, tendo passado por tudo isso, fui pega pelo amor, mas o amor não se apegou a mim.



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

The Book of Love


The book of love is long and boring
No one can lift the damn thing
It's full of charts and facts and figures
And instructions for dancing

But i
I love it when you read to me
And you
You can read me anything


Diariamente, vejo, vivo, presencio e compartilho histórias e experiências de amor.

Diariamente, dedico meu amor. Àqueles que nasceram de mim, àqueles dos quais nasci, àquele do qual sou criação, àquele ao qual doei meu coração.

Não há lógica no amor que é ofertado, tão pouco no amor que é recebido, aliás, o amor, é o que é.

Há um livro antigo, conhecido por muitos e divulgado por poucos, que diz:

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.”


Somos frutos do amor, somos alimentados e alimento do próprio amor, no entanto, muitas vezes, muitos de nós, não sabemos e não conhecemos o amor.

Amar é coisa simples, mas o amor é complicado. Amar não requer prática, não requer esforço, não requer nada além de querer, abrir-se, deixar-se seduzir e entregar-se.

Já o amor, pede, exige, demanda, compele e nos força a sermos diferentes do que somos em essência. Exige que o coração mais duro seja doce, demanda dedicação dos mais desprendidos, compele boas ações e nos força a querer mais, fazer mais, desejar mais e ser mais e melhores do que somos.

“O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Amor é a dádiva da doação gratuita, é a crença no melhor do outro e ainda que não haja o melhor, é a capacidade de aceitar, entender e manter-se amando aquilo que não é qualidade aos olhos do mundo.


O livro do amor é longo e chato
Ninguém consegue levantar o maldito
É cheio de gráficos e fatos e figuras
E instruções de dança


Mas eu
Eu amo quando você o lê para mim
E você
Você pode ler qualquer coisa pra mim

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A Pessoa Errada



No mundo, em algum lugar, há para você, a pessoa certa. Aquela que foi feita e pré-destinada a caminhar contigo e te fazer feliz.

A pessoa ideal, aquela por quem você espera e suspira quando pensa, é exatamente como você espera que seja.

Mas o universo se encarrega de colocar em seu caminho alguém que não está dentro do seu ideal, alguém que não é perfeita como você imagina e deseja. É a pessoa errada.

A pessoa ideal  provavelmente vive bem próximo de você, enquanto a pessoa errada, mora longe e atravessa o mundo se necessário para te encontrar.

A pessoa ideal conta todos os segredos e não esconde defeitos, porque seus defeitos são aceitos e seus segredos são perdoáveis, afinal, sendo ideal, não tem medo de se mostrar. Já a pessoa errada, conta segredos aos poucos, com cautela e mostra seus defeitos com medo, porque não sendo o ideal, não atende aos pré-requisitos, então, corre o risco de te perder.

A pessoa ideal gosta das mesmas músicas que você e partilha de seus pensamentos mais confusos. Já a pessoa errada, gosta do que você gosta e tenta sempre entender seus pensamentos, ainda que confusos e divergentes dos seus, porque se esforça para ser maleável e próxima de ti.

A pessoa ideal não tem um passado, porque uma vez idealizada, ela vive a partir do dia que te conheceu, enquanto a pessoa errada, viveu muitas coisas antes de te conhecer, possui feridas de tempo e desamores, mas mesmo assim, sente que só começou a viver a partir do dia que te conheceu.


A pessoa ideal é forte e decidida, portanto, não se abala por sua ausência, nem se incomoda com seu silêncio, enquanto a pessoa errada manda mensagens e reclama sua atenção, pois sente sua falta sempre e a todo instante.

A pessoa ideal tem seu coração, enquanto a pessoa errada te entrega o coração e a alma, afim de ser sua, ainda que não te possua.


Triste é descobrir que a pessoa ideal, em sua total perfeição, afinidade, transparência, honestidade e nobreza, não passa de um ideal, enquanto a pessoa errada, aquela por quem você não quis se apaixonar, aquela que não atendia seus pré-requisitos, nem tinha todas as qualidades da pessoa ideal, era na verdade a pessoa certa pra você.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

ANTITESE EM PARADOXO


Tão doce, quanto amargo.
Tão entregue, quanto momentâneo.
Tão intenso, quanto superficial.
Tão meu, quanto de qualquer outra.

Tão doce enquanto meu.
Tão entregue quando superficial.
Tão frio quando momentâneo.
Tão intenso como quando de qualquer outra.

Assim é o paradoxo que se mistura em cores vibrantes e odores marcantes.
Assim é aquele que me tem em sua antítese, sendo tudo o que desejo e nada do que quero. Como uma noite com sol, uma chuva seca ou o imenso vazio que toma conta depois que nos encontramos, preenchendo todos os espaços, me ferindo a alma tal qual lâmina afiada.
Dessa vez não sinto mais necessidade, nem vontade, não desejo mais ser gueixa.
Dessa vez não somos supernova, não sou insana, nem te vejo como pedra preciosa.

Dessa vez sou tão sua quanto de mais ninguém.
Tão entregue quanto reservada.
Tão intensa quanto superficial.
Tão feliz quanto triste...


Dessa vez, você é o paradoxo e eu sou a antítese...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Que engano!

Fez um pedido, achando que era uma estrela cadente.
Não percebeu que era só um avião.
Achou que havia encontrado o que procurava; mais uma vez se enganou.
Amor não se pede à estrela! Nem cabe em turbina de avião!

Acalma-te coração!
Nem estrela cadente, nem turbina de avião!
Não há magia ali, só desilusão.

Perguntou aos céus porque sofria tanto.
Queria entender a razão de sua dor.
Percebeu não haver sequer alma no mundo
Capaz de perceber a razão de seu desamor.

Acalma-te coração!
Cada um tem sua dor!
Não procure resposta no mundo, pois a resposta está no próprio amor.

Um dia, quando menos esperar,
Numa esquina há de encontrar
Sabor, dor e amor

E motivos para não mais chorar!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

LEONINOS


Leoninos em geral são tidos como egoístas, egocêntricos, narcisistas, debochados, dissimulados e extremamente sarcásticos. E são!

O que não é dito sobre Leoninos, é que além de todos os defeitos (que só apontam os incomodados), pessoas nascidas entre 21 de julho e 21 de agosto, são extremamente generosas e muitíssimo sentimentais.

Leoninos tem dons que quem os conhece, identifica, e, quem os identifica, ama ou odeia identificar tais dons.

Gostam de cores vibrantes, jubas esvoaçantes, roupas chamativas e joias exuberantes!

São capazes de tirar a roupa do corpo, para vestir quem necessita, assim como são capazes de passar fome para adquirir um bem novo ou um objeto que os satisfaça.

São estrelas que brilham com ou sem consentimento, estando sozinhas ou entre outras milhões de estrelas.

São amantes fogosos, românticos ao extremo e se entregam de corpo e alma a qualquer sentimento, seja ele de amor ou ódio.

Alimentam-se de elogios e adoram chamar atenção por onde passam. Não importa se os olhares são de condenação ou admiração, o que realmente importa é que sejam olhados!

Leoninos tratam-se com cordialidade e adoram encontrar seus semelhantes, mas a competição é inevitável e logo, alguém tem que ceder ou se retirar, do grupo ou da dupla.

Quando dois leoninos se gostam, tem a intensidade de mil sóis, ao mesmo tempo que, quando se detestam, tem o calor da mais cruel nevasca.

O dia de um leonino nunca é comum, aliás, o dia de qualquer Leonino é sempre repleto de histórias e um mês vale por uma vida inteira, pois sua necessidade de viver tudo de uma vez faz com que tudo tenha começo, meio e fim antes mesmo que se perceba.


São destemidos, e, tem papel de destaque em relações pessoais e profissionais. Aliás, são excepcionais em tudo o que querem ser, pois não aceitam menos que o melhor daquilo que se pré-dispõe a executar.

Cabe a poucos valentes aceitar o desafio de conviver com um leonino, pois isso significa ser liderado, comandado, desafiado e instigado o tempo todo. 
Mas também é privilégio de poucos ter o amor de um leonino, pois aqueles que o tem, tem o céu.

Amigos fiéis, amantes incansáveis, são vorazes, principalmente e especialmente na cama. Devotos quando amam e entregues quando apaixonados.

Amor de leonino é intenso e pode acabar num único gesto, mas enquanto existe, é eterno e atemporal.

Eu, em especial, não gosto de leoninos. Na verdade, não sei só gostar de leoninos, tenho que amar muito ou detestar. Na verdade, consigo amar e detestar o mesmo leonino.

Um em especial me têm e não sei ainda se ele sabe o que faz com isso, mas sei que também não sei o que fazer, já que não me tenho mais.

Quanto a mim, sou leoninamente genuína ou seria genuinamente leonina?! 

Enfim... Ciumenta, possessiva, imperativa, voraz, intensa, cheia de defeitos e cheia de qualidades...


Sim... acho que leoninamente genuína, como somos todos nós, regidos pelo fogo, amantes das estrelas, selvagens e indomáveis...


quinta-feira, 24 de julho de 2014

VOMITANDO


Tenho pensado muito sobre tudo aquilo que é dito sobre mim e para mim e percebi que não digo tudo o que penso. Aliás, não gosto de escrever nada muito pessoal, nada muito na primeira pessoa, mas hoje, preciso fazer isso.

Não vomito nas pessoas meus sentimentos, pensamentos, frustrações e expectativas, como fazem comigo. Porque vômito tem cheiro ruim, aspecto horrível e causa nojo, náusea, espanto, reações imprevisíveis e pena, muita pena.

Não sei se uma dose maciça de amor próprio ou instinto de proteção, mas há em mim, algo que não me deixa fazer isso, até porque, corro o risco de machucar pessoas e quem me conhece, sabe que penso um zilhão de vezes antes de dizer algo que pode ofender, machucar, magoar ou causar qualquer sentimento ruim.

Ouço mais do que falo.

Além disso, vivo minha vida tão intensamente, que não tenho tempo para reparar na vida do outro a ponto de me incomodar e vomitar meus pensamentos.

Tenho crises monstruosas de enxaqueca por conta de todo o vômito represado.

Então hoje, em meio à maior crise de todas, me vi pensando no vômito dos outros e no que causam em mim. Enxaqueca!

Me lembrei do homem que vive triste, solitário, sempre tão cercado de gente e tão só, que faz questão de manter comigo uma relação ilusória e me cobra sentimentos, reações, realizações. Tanto a ponto de se incomodar com minha presença ou ausência, então vomita em mim suas frustrações, suas expectativas, seus medos, seu pedido de socorro e eu, ausente do mundo, passo a impressão de ser e estar ausente somente do mundo dele, então o vômito dele começa a feder de tal maneira que me incomoda e penso em me fazer presente, mas me contenho, porque isso causaria outros vômitos e mais náusea, mais nojo, mais espanto e mais pena... de minha parte e dele.

Me lembrei da garota tatuada que de vez em quando me escreve, ou liga,  e que tento fazer de conta que não percebo sua insistência, sua presença constante, sua necessidade de colocar pra fora tudo o que pensa, sente, quer e vomitar pro mundo inteiro saber quem é. Na verdade, esse é mais um vômito que tento evitar, porque seria ácido, corrosivo, nocivo e certamente me causaria a pior das reações.

Também pensei em tudo o que deixei de dizer praquele que um dia fez parte da minha vida, que causou dores imensas, que me deu meus maiores amores, mas também meus maiores medos. Pensei em tudo o que ele vomitou várias vezes. Sopas de letrinhas sem significado algum, letras de músicas bregas e sentimentos inexistentes. Juras falsas de um amor vazio. Não vomitei, nem ouso vomitar tudo o que contive e represei, porque acho que seria também devastador, mas mais do que isso, desgastante e de verdade, não vale a pena me desgastar mais.

Pensei em todas as pessoas falsas e vazias que encontrei, todas as provocações que não respondi, todos os insultos que não revidei, todos os tombos, tapas e pontapés que levei calada, sem emitir um único ruído.
Orgulho-me em dizer que não escondo e jamais escondi nenhum dos meus defeitos, nenhum dos meus erros e por isso, por ser transparente, autentica e verdadeira, me tornei vidraça. Vidraça onde vomitam, jogam pedras, sujeiras aos montes e tudo o que há de ruim.

Não sou santa, nem pura, só sou ponderada e sei que não vim ao mundo para insultar, ofender, magoar ou apontar defeitos de ninguém, então, mantendo-me assim, acabo também me tornando frágil e alvo fácil.

O que escrevo aqui, nem sempre é compreendido. Aliás, o que escrevo aqui é alvo de análise minuciosa daqueles que querem me conhecer, mas mais do que isso, daqueles que querem se munir de informação sobre mim.

Sinto-me no dever de informar que o que aqui está é somente uma parte mínima de pensamentos, de situações, de vivencias e desejos, realizados ou não, mas que de forma alguma, em tempo algum me definem como pessoa, como ser humano e como mulher.

Vomito agora aqui, minha surpresa, indignação, náusea, nojo e tudo de ruim, por descobrir que amor e admiração não são, nem jamais serão itens inerentes à família, tão pouco a amigos, ou quaisquer pessoas que proclamam amor, aliás, nem amor é inerente à família e amigos, ou ao tal amor romântico.

Amor conhece defeitos, mas entende que as qualidades superam esses defeitos. Amor não cutuca feridas. Amor impulsiona, arrasta, empurra pra frente e pra cima, jamais pra baixo.

Peço um milhão de desculpas ao homem e à garota tatuada porque não posso ser o que esperam de mim e por amá-los, não julgo, não aponto seus defeitos, não cutuco suas feridas. Em meu silêncio, torço e espero pacientemente que minha forma de amar os impulsione, arraste e empurre para frente e para cima.


Quanto ao resto, sinto muito, mas ainda terei que conviver com o fedor de seu vômito, com a acidez de seu veneno e espero de verdade, continuar tendo forças para manter minha vidraça inteira, limpando-a diariamente.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Amor Morno...



Muitos me perguntam o que procuro. 

Simples! Procuro loucura, prazer, necessidade, urgência, vontade e altíssimas doses de calor!

Quero que meu telefone toque a qualquer hora do dia ou da noite, porque há do outro lado da linha, alguém definhando de saudade e sedento do som da minha voz.

Quero que minhas noites sejam encharcadas com taças de vinho e meus dias coloridos com gérberas das mais diversas cores.

Quero uma canção oferecida sem motivo algum.

Quero alguém que pense em mim e sorria e ao sorrir, não se contenha e me envie bilhetes, SMS, mensagens de qualquer tipo, mas me faça saber que sorriu por mim.

Não quero um amor morno. Não me sinto bem quando ligo e do outro lado a voz é vazia, sem sentimento, porque quando ligo é porque meu coração grita e quer muito ser alimentado.

Quero o que dou! 

Quero ligar a qualquer hora do dia ou da noite, porque definho e tenho sede da voz daquele que me atende.

Quero me embriagar noites e noites com taças de vinho e palavras ao pé do ouvido.

Quero gérberas no meu quintal.

Quero dividir minhas músicas favoritas com alguém que me dedica uma canção sem motivo...

Quero sorrir ao receber um SMS, mensagem, sinal de fumaça ou o que quer que seja, porque no mesmo instante em que pensei nele, ele também pensou em mim...

Preciso disso! Amor quente, vivo e constante...

Porque morno é quase frio e isso é pouco pra mim...

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Porque te quero por perto?!



Porque te quero por perto, se nem nos conhecemos direito?!

Porque quero seu abraço e aconchego?!

Porque preciso tanto do seu beijo?!

Talvez porque antes de te conhecer, não soubesse ao certo o que queria, nem como seria.

Talvez porque esse aconchego era o que me faltava para me sentir de fato aquecida e segura.

Talvez porque depois do seu beijo, não há outra boca que me contente.

Te quero por perto para plantarmos alfaces, colhermos tomates e nos refugiarmos embaixo de nossas árvores.

Te quero por perto para fazermos das coisas simples, tudo aquilo que compõe nossa história tão singular e especial.

Te quero por perto pra poder brigar e fazer as pazes, desde que de fato esteja por perto.

Te quero por perto para sermos o que somos separados, mesmo quando estamos juntos.

Te quero por perto porque não quero mais caminhar sozinha, nem olhar o horizonte e imaginar o futuro, porque quero construir o futuro vivendo o presente te tendo por perto.

Só te quero por perto se realmente estiver disposto e disponível a estar por perto, se não, não quero.

Se estiver por perto, e só assim então, poderei te mostrar que sou chata, manhosa, mimada, mas sou também forte, determinada e mais do que mulher.

Se estiver por perto, poderemos conhecer nossos defeitos, reconhecer nossas qualidades e aprendermos a superar nossas dificuldades.

Te quero por perto porque meu coração dói quando penso em ficar longe.

Agora só me resta tentar descobrir como faço pra te trazer pra perto, porque te quero por perto.

Sonho



Então, de repente, sonhar já não basta. 

Viver é o que queremos! 

Quero viver-te, viver-nos, ser-te e ser-nos! 

Imagino nossas mãos se tocando e se entrelaçando, então sentindo o calor e a energia trocada somente nesse toque simples, que nos leva a querer mais e, seguindo o impulso, você me puxa pra perto, me envolve num abraço forte e intenso. 

Sentimos nossos corações batendo juntos, nossa respiração nervosa, ofegante, tímida e voraz. 

Nesse momento, nossa intimidade, até então existente somente em nossos sonhos, da espaço pro desconhecido e desconcertante não saber. Ficamos assim, envolvidos nesse abraço e quando finalmente nos afastamos, nossos olhares tomam coragem para se cruzar e assim permanecem. 

Você, que ensaiou tantas vezes um beijo calmo e delicado, não resiste ao impulso e me beija com a força de um vulcão em erupção, e põe por terra os planos que tinha, se entregando ao momento. Sentimos a intensidade do abraço, o calor do sentimento, o tamanho do desejo que nos envolve. Temos um ao outro, como jamais tivemos noção do que seriamos, do que teríamos! 

Deixamos então de sonhar um com o outro, deixamos então de esperar um pelo outro, para finalmente sermos e vivermos juntos o que tivermos que ser. 

Sem medos, sem amarras, sem jogos, tabus ou convenções. Ficamos entregues ao universo e ao que ele nos reserva. 

Nossas almas se completam, nossos corpos se encaixam, nossas bocas se calam, nossas línguas se sentem. Já não há necessidade de falar, demonstrar ou provar nada além do que há, do que se sente, do que somos. Somos magia, intensidade, desejo e felicidade. SOMOS PURA FELICIDADE! GENUINA FELICIDADE! 

Depois do beijo, mesmo sem folego, conseguimos espaço para dizer tudo o que esta entalado na garganta, tudo o que é necessário dizer, tudo o que se não for dito naquele momento, nos sufocará de tão latente, tão urgente, tão indispensável... 

AMO VOCE... 

Pronto! Dito isso, não há mais nada a se dizer, há apenas que se viver...

terça-feira, 8 de julho de 2014

Qual a sua cor - parte 2


Recentemente, escrevi minha opinião sobre diferenças raciais, defendendo obviamente que a diferença realmente importante, é a de caráter, e não de cor de pele. Pois bem, alguém que tenho aprendido a conhecer, respeitar e admirar, me desafiou a escrever minha opinião sobre o que significa ser negro no Brasil.

Confesso que esta é uma tarefa difícil, pois a pessoa que me desafiou é profundo conhecedor do assunto, lida com questões raciais e principalmente, ostenta orgulhosamente sua linda cor e sua cabeleira afro.

Ok! Desafio aceito! Vamos lá!

Creio que o Brasil seja de fato um país preconceituoso e racista.

Gosto muito de fazer analogias em meus textos, trazendo para uma visão micro, um assunto macro, porque não há nada melhor do que dissertar sobre aquilo que conhecemos, não é mesmo?!

Em meu texto anterior, mencionei a mistura racial contida em minha família, tendo um bisavô índio, uma bisavó portuguesa, uma avó branca de cabelos negros lisos, que casou-se com meu avô italiano loiro de olhos azuis. Pois bem, essa minha avó não gostava de negros. Me dizia a todo momento que eu era a única preta que ela gostava. Claro que isso de uma maneira doce, com um abraço e um beijo, mas o fato é que ela não gostava mesmo de negros, inclusive, renegava o pai que tinha a pele bem escura e cabelos lisos. Minha avó também chamava minha mãe de “esta negrinha”.

Porque escrevo isso agora? Porque estamos em casa, em família, em nosso país, em nosso estado, em nosso município e diferenciamos nossos semelhantes, por conta de sua cor.

Lembro-me de amigas me apelidarem carinhosamente de preta, mas essas mesmas amigas também diziam “você não é preta!”, porque meu nariz é fino, meus olhos são claros e meu cabelo não chega a ser um afro, que aliás, eu adoraria que fosse! Acho lindo!

Negar a origem é natural do brasileiro e isso é algo que não consigo compreender, só sei que é! O grande ponto é que além de sermos resultado da mistura racial, somos todos marginais! Sim! Marginais no sentido da palavra mesmo! De viver à margem do que é ser humano e nos negamos a entender, aceitar e modificar isso.

Sendo honesta, se eu for separar pessoas em cores, não consigo dissertar sobre negros e brancos sem dizer que em meus 36 anos de vida, jamais um negro me desapontou, tirou vantagem de mim, me fez mal, nem nada parecido. Já os brancos, tem uma vasta lista de mentiras, golpes, desenganos e tudo de ruim que se possa imaginar, em âmbito pessoal, profissional, sentimental e financeiro.

Veja, não sou ativista, não saio em protestos, não participo de movimentos a favor ou contra nada, mas, fui desafiada a escrever sobre o assunto e não sei faze-lo sem expor não só minha visão, mas meu coração, minha alma  e principalmente, minha experiência pessoal.

O Brasil é um país pobre de cultura, pobre de dinheiro, pobre de educação e muito, mas muito pobre de espírito.

Historicamente, negros, no Brasil tem uma origem de sofrimento, vindo de maneira sub-humana para o país, sendo tratados e mantidos feito bichos em cativeiros e explorados até o fim de suas forças.

Creio que após o final da escravidão, muitos negros tiveram que viver mesmo à margem da sociedade, pois não haviam posses, moeda corrente, ou qualquer possibilidade de abandonarem as senzalas e passarem a viver em pé de igualdade com os brancos, fazendeiros, comerciantes e afins. Continuaram sendo escravos, sem ser, trabalhando e se sujeitando às mais diversas formas de humilhação, para sobreviver.

Então, acho que aquele ditado “a necessidade faz o ladrão”, neste caso, se aplique perfeitamente, pois a necessidade acabou por forçar e propiciar não só a marginalidade, mas tudo o que há de pior no ser humano. Que independe da cor, mas da condição social.

Atualmente, e desde sempre, negros, no Brasil (e em qualquer lugar do mundo), são vistos como uma ameaça, então, desde sempre, são sufocados, são excluídos, são forçados a caminhar à margem, pois quando conseguem alcançar um lugar ao sol, são excepcionais! Brilham como ninguém! E isso, para uma sociedade culturalmente pobre é uma afronta!

Pois bem, além disso, negros são fisicamente mais fortes, são instintivamente mais ágeis, são unidos, tem orgulho de sua origem e lutam bravamente por aquilo que acreditam e desejam!

 Agora, o grande problema não é a forma como os brancos vêem os negros, mas como os negros se vêem! Sim! Isso mesmo! Lutam pela igualdade racial, pela igualdade de oportunidades profissionais, pela igualdade social e aceitam ser colocados em cotas! Cota de negros em escritório, cota de negros em universidades, cota em negros em cargos públicos. Cotas!?!

Ora, cotas não são também uma maneira de dividir negros e brancos?! Negros são tão desprovidos que precisam que os brancos bondosos garantam sua participação no mundo, dando a eles um espaço reservado, que garanta sua “igualdade”?!
Não deveríamos ter cotas raciais, mas sim, cotas sociais! Sim! Oportunidade para aqueles que não podem pagar uma faculdade, que não podem pagar um curso de especialização e não falo de FIES, falo de subsidio integral por parte do governo, incentivo fiscal para empresas patrocinadoras, programas de estagio melhores e ações que propiciem de fato o crescimento cultural da população. Não determinados por sua cor, mas sim por sua condição social, financeira e educacional.

Hoje não temos negros marginais, mas uma sociedade marginal!
Negros, assim como brancos, são trabalhadores, são pais, mães, irmãos, amigos, vizinhos e principalmente, são pessoas!

A pergunta que me foi feita: Como é ser negro no Brasil?

Minha resposta: É a mesma porcaria de ser branco, amarelo, azul ou vermelho! Temos pessoas vivendo em favelas, embaixo de pontes, em situações precárias, sem saúde, sem educação, sem alimentação e sem amor!

A forma como negros são vistos é de fato diferenciada, a forma como são encarados na rua, é realmente diferenciada, mas acho que muito mais por sua altivez, do que por discriminação, ou qualquer outra razão.

A cultura negra ainda não é aceita, então, religiosamente destacam-se, sua estrutura corporal é diferente, então, fisicamente destacam-se. Assumem seus cabelos crespos, fazem mechas loiras, tranças e afins, numa época em que escova progressiva é obrigatória, então, visualmente destacam-se!

São altivos e por isso despertam olhares!

Volto a dizer, um negro quando brilha, apaga pelo menos dez brancos e isso assusta! Assusta porque quando o fazem, fazem por mérito, por garra e determinação e não porque vieram de uma linhagem, descendem de alguém ou porque tiveram vantagens. Creio que este seja o grande ponto! Negros não são discriminados! São temidos!

E sim! Existem os pobres de espírito que olham com desdém para um negro que caminha num parque cheio de brancos! Sim! Existem os olhares perplexos para o cabelo afro e andar altivo do negro que ousa pisar neste mesmo chão que os pobres de espírito caminham e sim, sei que estou equivocada em muito do que aqui coloquei, então, a única certeza que tenho é que espero e desejo que um dia, essa separação, essas cotas, toda essa coisa horrorosa de preconceito acabe.

" (...)
There are those who are asking the devotees of civil rights, "When will you be satisfied?" We can never be satisfied as long as the Negro is the victim of the unspeakable horrors of police brutality. We can never be satisfied as long as our bodies, heavy with the fatigue of travel, cannot gain lodging in the motels of the highways and the hotels of the cities. We cannot be satisfied as long as the negro's basic mobility is from a smaller ghetto to a larger one. We can never be satisfied as long as our children are stripped of their self-hood and robbed of their dignity by signs stating: "For Whites Only." We cannot be satisfied as long as a Negro in Mississippi cannot vote and a Negro in New York believes he has nothing for which to vote. No, no, we are not satisfied, and we will not be satisfied until "justice rolls down like waters, and righteousness like a mighty stream."
I have a dream that one day this nation will rise up and live out the true meaning of its creed: "We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal."
I have a dream that one day on the red hills of Georgia, the sons of former slaves and the sons of former slave owners will be able to sit down together at the table of brotherhood.
I have a dream that one day even the state of Mississippi, a state sweltering with the heat of injustice, sweltering with the heat of oppression, will be transformed into an oasis of freedom and justice.
I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their character.
I have a dream today!
(…)”
Martin Luther King