quinta-feira, 3 de abril de 2014

Um dia...

“Um dia, você vai pensar na pessoa nas 24 horas do dia, seja em sonho ou acordada, no dia seguinte, você vai pensar umas duas ou três horas a menos, no outro dia, pensará somente meio dia, e no outro, lembrará somente em alguns momentos isolados, por razões específicas, até que chegará um dia, que você já não vai mais pensar ou lembrar...”

Foi isso que Rodolfo me disse há alguns anos atrás, enquanto conversávamos sobre meu coração partido.

Isso é um fato. Acontece sempre. O tempo cura e apaga o que feriu e se encarrega de apagar aos poucos qualquer lembrança boa ou ruim...

Não gosto de colecionar tristezas, não gosto de acumular desafetos, desamores, desencontros e nenhum “dês”..., mas infelizmente, a vida é cheia deles.

O processo de esquecimento é diferente de pessoa para pessoa, de relação para relação e principalmente, de sentimento para sentimento.

Ontem, me encontrei com aquele que chamo de “minha consciência”, na verdade ele é mais que isso, é meu amor de ontem, hoje e sempre. Ele é aquele que possui meu coração, meu querer bem e tudo o que há de melhor em mim. A ele confio meus maiores segredos, a ele mostro minhas fraquezas, fico nua de pudores e totalmente rendida, e ele, sempre cuida de mim.

Este não quero esquecer. Aliás, este fica numa daquelas caixas especiais que visito de vez em sempre, que mantenho perto e vivo... Ele é meu e eu sou dele, ao menos ali, dentro da caixa...

Há quem diga não entender o fato de que sou perfeitamente capaz de amar mais de uma pessoa ou mesmo de amar à distancia. Sim! Sou!

Meu amor de infância virou um grande amigo. Ele tem minhas histórias mais doces de criança... Ele roubava flores do quintal do vizinho para me presentear...

Meu amor de adolescência, virou uma história de gente grande. Na verdade, era uma paixão de adolescência que virou uma paixão de gente grande adolescente e que agora, é o “dês” que preciso criar...

Meu amor adulto é tão adulto que independe de mim... vive livre, viaja sem mim, tem vida própria, família, filhos, é grande e responsável e por mais que esteja longe, sei que é feliz e isso me basta, pois cedo ou tarde, sempre volta... Ele também me ama...

Houveram outros tantos amores e desamores e a vida é exatamente assim, apaixonar e desapaixonar, amar e desamar.

Algumas vezes o processo é mais lento, o desamor não chega, o desapaixonar parece que abre um buraco na gente...

Daí o coração fica vazio, estranho, perdido... faminto...


Até que um dia, o “dês” finalmente acontece, o pensamento deixa de existir, o desejo morre, a intenção perde o sentido e pronto... acabou...


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