sexta-feira, 29 de julho de 2011

Foge que é encrenca! Mulher Maluca!!!



Recebi um e-mail, de um amigo verdadeiro, hoje, que dizia assim: "FOGE QUE É ENCRENCA!!! MULHER MALUCA!!!"... Ri muito por conta disso, especialmente porque ele tinha razão!

Há alguns dias atrás, escrevi sobre intensidade e sobre o quanto uma pessoa intensa pode assustar um (ou uma) possível pretendente. Pois bem, continuando neste assunto, devo compartilhar com vocês um fato curioso que me aconteceu recentemente.

Estava eu, na solidão do meu carrinho, escutando meu radinho, quando de repente, resolvo olhar para o lado e vejo alguém me fazendo sinais. Calma! Não eram sinais feios, ele não estava me xingando, tão pouco me mandando pilotar tanque! Ele estava pedindo meu telefone e eu, que não tinha nada mais interessante para fazer naquele momento, dei meu telefone!

Foi fantástico conhecer uma pessoa diferente, de uma maneira inusitada, num momento em que eu jamais imaginaria que isso pudesse acontecer!
Trocamos mensagens, nos falamos ao telefone várias vezes, saímos para almoçar, saímos para jantar, saímos só para nos beijar e foi muuuuito bacana! Até que, pouquíssimo tempo depois de nos conhecermos, este ser resolver dar uma de, como posso dizer.... EU!

Liguei para falar oi e de repente estávamos numa ligação de uma hora e meia, discutindo relação!!!
Como assim?! A gente nem se conhece direito!! Só rolaram uns beijinhos inocentes dentro do carro! Que negócio é esse de discutir relação?! Definir situação?! Colocar pingos nos ís?!?!?!?!

Voltando um pouco no tempo, me lembro de uma vez, numa conversa com amigos, dizer que se eu fosse homem, não sobraria uma virgem no mundo e que eu seria um pegador nato! MENTIRA! Eu seria exatamente como aquele cara do transito!!! Ele me mostrou o quanto a minha versão mulher é chata! E pior que isso! Me mostrou como eu seria um cara chato se eu fosse um cara!!!!

Ser intenso não é ruim. Ser entregue também não! Mas é muito difícil saber qual é o limite entre o "se fazer presente" e o "ser incessantemente chato"!

O e-mail de hoje foi por conta de um momento de empolgação, misturado com uma vontade muito grande de fazer algo legal. Deu no que deu! Usando a frase desse carinha do trânsito "queimei a largada"!


Então, é o seguinte, a partir de hoje, vou colocar lá nos sites de relacionamentos nos quais encontram-se o meu lindo perfil: "FOGE QUE É ENCRENCA! MULHER MALUCA!!!"


Claro! Tenho que ser sincera! Já que não sei como conter esses impulsos insensatos, tenho que ao menos ser transparente com os que me cercam!

Esses impulsos funcionam mais ou menos como a minha compulsão por comunicação!
Para resolver minha carência de comunicação, comecei a praticar a conversação solitária, depois passei a conversar comigo no espelho, mas era meio estranho falar e responder olhando pra mim mesma. Daí passei a conversar com plantas, mas as pessoas estavam me olhando meio estranho, então, decidi conversar com vocês, através do meu blog. É vocês! Amigos e leitores imaginários da minha coluna imaginária semanal! É ótimooo! Me sinto realizada.

Agora, como fazer para controlar essa mulher maluca?!
Não sei ainda...., sei que ela comanda todo e qualquer impulso que tenho, sei que ela é mais forte do que minha razão, sei que adoro essa loucura contida nela, mas também sei que isso assusta, incomoda, afugenta, silencia.... hum....

Será que camisa de força resolve?!

Bom..., falando outra vez do cara do trânsito, só para concluir, mas não finalizar, expliquei pra ele que me assustou com sua maneira intensa, agressiva e tudo mais..., não sei se ele entendeu bem o recado, porque hoje recebi flores, mensagens no celular, e-mails e até um vídeo contando nossa história...ã?!?!

Será que se ao invés de silenciar, sumir, ou simplesmente ignorar, os seres pelos quais me interessei fizessem o mesmo que eu fiz, eu saberia como não ser maluca?!

Será que eu sou mesmo maluca?! Acho que sim né?!..........


quinta-feira, 21 de julho de 2011

A TENTAÇÃO

Há quem pense estar livre de um dia esbarrar na tal da Tentação, mas ela vem! Pra todo mundo, um dia, ela vem!
Dependendo da ocasião, do momento e da pessoa, ela vem de mansinho, como uma cobrinha que não quer nada e de repente, dá o bote!
Outras vezes a Tentação é explicita, diz o que quer e a que veio! Não quer nem saber das convenções, dos medos, dos porquês, ela quer mais é aparecer! “Estou aqui! Cheguei e vim pra ficar!”
Não importa se mansinha ou atirada, a tentação é boa! É gostosa de verdade! É o que você menos quer, quando você mais precisa, ou vice-versa!
A Tentação é mais ou menos como a sensação de estar num parque de diversões e decidir brincar na montanha russa. Estando lá, não dá pra escapar, porque a trava te impede de sair do carrinho, não tem por onde correr porque não tem chão, só trilho! De repente, numa velocidade alucinante, te faz virar de ponta-cabeça e gritar, mas não é uma sensação ruim, é algo diferente, estimulante, que faz o coração bater mais forte e seus pés saírem do chão!
 Daí o carrinho pára, você desce, e a montanha russa fica lá e você aqui.  
Daí você pensa: “Ótimo! Passou! Matei minha curiosidade!” Então, vem a sensação de estar saciado, de contentamento e olhando fixamente para a montanha russa, o pensamento seguinte é “ufa! Já sei como é! Não volto mais aí”, daí você vai pro carrinho de bate-bate, que é até divertido, mas não tira seus pés do chão, depois dá uma volta na roda-gigante que é tão alta quanto a montanha russa, mas não te vira de ponta-cabeça, então você vai no tiro ao alvo, que te dá a sensação de estar no comando, mas não te arranca um grito.
Então, vem um comichão, uma vontade de repetir a dose e lá está você outra vez, na fila da montanha russa! Louco pra chegar sua vez só pra se arrepender novamente...
A Tentação é isso! Só está livre dela quem nunca esteve num parque de diversões. Só recusa o prazer da montanha russa quem é fraco de estômago e tem medo de virar do avesso.
De verdade?! Tá pra nascer a pessoa que não goste de ser virado do avesso, que não viva esperando o momento de sentir o coração bater mais forte, quem se recuse a provar o gostinho da tal Tentação.
Lembra da sua primeira vez no parque de diversões?! Lembra da ansiedade pra voltar lá?! Lembra de nem dormir direito à noite, esperando a hora de ir se divertir?!
Então, é isso! Quando crescemos, muda nossa forma de diversão, muda o contexto da nossa excitação e o parque de diversões começa, aonde começa nossa imaginação, e só termina... hum.... NÃO TERMINA!!!! Só termina se você quiser!...

terça-feira, 19 de julho de 2011

SINTOMA E PRESCRIÇÃO

Já é de conhecimento geral, minha tormenta chamada enxaqueca. Também já é de conhecimento geral o fato de eu ser fã de bulas de remédios e tratamentos alternativos para os mais diversos sintomas físicos e/ou emocionais.
Decidi então, fazer uma lista daquilo que costumo fazer quando o bicho pega, quando me sinto mal, quando parece que tá tudo errado:

DORES EMOCIONAIS
Dor de cotovelo: Geralmente acontece quando desejo muito alguém e esse alguém não me corresponde ou já é comprometido. Nesse caso, a prescrição pode variar, desde uma lata de leite condensado, até a procura por uma nova distração, um novo paquera ou como costumo dizer “um brinquedinho novo”. A dor de cotovelo passa logo, então, deve-se atentar para o fato de que o “brinquedinho” esteja consciente de que seu uso não é prolongado. Essa é uma dor que ataca quase constantemente. Tanto quanto minha enxaqueca, então, creio que, assim como o uso repetido da mesma medicação tende a perder o efeito, não é recomendado o uso do mesmo brinquedinho repetidas vezes.

Dor de Corno: Esse tipo de dor, só senti uma vez, quando um ex-namorado me trocou por uma loira que nem era tão bonita assim, na verdade, para mim, ela era horrível! Nesse caso, optei por uma overdose de tranqüilizante, também conhecido como pegar geral na balada até a boca ficar dormente. Funciona bastante, mas o dia seguinte pode ser um tanto chocante, então, o ideal é se manter em estado critico, quase beirando o coma por um período um pouco mais extenso. Há tempos não preciso recorrer a esse tipo de tratamento, pois na verdade, esse tipo de dor passa quando a puberdade passa, mas se necessário, posso afirmar que funciona!

Dor de Amor: Essa é difícil de curar. Até o momento, não consegui estabelecer uma medicação ou medida para a Dor de Amor. Ela dura o tempo que tiver que durar, às vezes passa quando um outro sentimento toma o espaço e o pensamento. A dor de amor não costuma acontecer com freqüência não. Para alguns é como caxumba ou sarampo, uma só vez na vida é suficiente para que se crie defesas naturais no organismo, para outros, em função de alguma deficiência neurológica inexplicável, a tendência é que venha a se repetir duas ou mais vezes e no caso dessas pessoas, deve-se utilizar tratamento de choque, banho gelado, muita tequila e amigos leais de verdade.


Dor de Apaixonite: Essa é fogo! Causada por ataque de paixão instantânea, vai e vem quando bem entende. Causa palpitações, falta de ar, dores pelo corpo e de cabeça. Em alguns casos, já se constatou febre e desequilíbrio total na conta bancária. A Apaixonite causa picos de alegria e tristeza em questão de segundos, fazendo com que o infectado gaste horrores melhorando seu visual, comprando presentes caríssimos e fazendo tudo o que está em seu alcance para impressionar. Infelizmente, a Apaixonite é como o vírus da gripe. Não há medicação que elimine o vírus, somente medidas que amenizam os sintomas. Assim como a gripe, pode ocorrer diversas vezes no mesmo ano, ou demorar anos para surgir. O ideal é evitar-se a exposição em locais onde o acumulo de gente bonita seja constante, baladas, shoppings e algumas reuniões de negócios.

Dor de Separação: Na verdade, esse é um tipo de dor um tanto confusa. Algumas pessoas comemoram, outras choram. Não há como prever a reação que a Separação pode causar no indivíduo. Esse é um tipo muito peculiar de doença. Ou será cura?!

DORES FÍSICAS
Pés: usar sapatos mais confortáveis, com saltos menores pode ajudar a diminuir a dor dos pés. Para aqueles que tem alguém, o ideal é que esse alguém seja bom massagista. Para os que são sozinhos, compressas de água quente e fria podem ajudar.
Pernas: vá ao médico antes que as varizes tomem conta!
Quadril e Coxa: Se estava sem se exercitar há algum tempo, sem nenhuma atividade sexual recente, pode ser que essas dores apareçam no dia seguinte. Tome um dorflex e passe a repetir a dose de “exercícios” diariamente, pois além de fortalecer a musculatura, também faz muito bem para pele e cabelo.
Abdominal: Idem resposta anterior
Dor nos braços: Cuidado com movimentos repetitivos. Lembre-se de que gozar junto é melhor!
Dor no maxilar: ... sem comentários
Dor de Cabeça: Pode ser causada por puxões de cabelo ou qualquer uma das situações anteriores, no meu caso, as dores de cabeça são causadas por qualquer coisa, até mesmo o simples fato de eu respirar, assim sendo, algumas doses de calmante, anti-depressivos, analgésicos e afins podem ajudar a amenizar os sintomas, mas as causas devem ser estudadas cuidadosamente e de maneira individual.



segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Peixe Morre Pela Boca...

Já dizia meu velho pai: "o peixe morre pela boca!"... e ele tinha razão!

Essa expressão super antiga, quer dizer que o pescador joga a isca, o anzol, dá toda a linha necessária e no final das contas, o pobre peixe morre por sua boca grande, por sua gula e por sua pressa.

Existem inúmeras situações que presencio diariamente, que me fazem lembrar desse ditado e do meu pai querido.
Ele era sábio! Era esperto e sabia a hora certa de agir, reagir, falar ou calar.

No mundo corporativo, ultimamente, tenho visto grandes figuras morrendo, sem ar, depois de puxar a linha o quanto conseguem, achando que são donos de uma determinada situação, pensando que estão em posição de conforto, quando na verdade, estão à mercê do pescador, que cedo ou tarde, dará o tranco que os fisgará de vez.

No mundo dos seres normais, feito eu e você, também vejo muito disso. Pessoas que não conseguem controlar o ímpeto de dizer tudo o que lhes vêm à cabeça, pessoas que não entendem que a melhor jogada é aquela anônima, que acham que se expondo ao máximo terão o mínimo dano ou sofrimento. Peixes que morrem pela boca e nem sequer tem a chance de degustar a isca que foi oferecida.

No mundo corporativo, peixes grandes, pequenos e médios lutam diariamente por sua sobrevivência, onde impera o lei do mais forte. Olho-por-olho.

No mundo dos seres mortais, não é diferente, há a luta diária por um espaço, porém, a diferença está na proporção dos danos causados.

Não tenho uma conclusão exata para este pensamento. Só vejo, sinto e sei que tanto em um, quanto no outro, estamos expostos aos tubarões, águas-vivas, caranguejos, à maré que sobe e desce, à poluição do meio ambiente e tudo mais que nos cerca.

Seja na vida pessoal ou no mundo corporativo, o ideal é que sejamos espertos, pois como diz um outro ditado do qual gosto muito e que se encaixa perfeitamente aqui: "Na briga entre o mar e o rochedo, quem se ferra é o marisco"...

Intensidade, Coragem, Carência e outras loucuras – Parte 2


Meu texto da semana passada teve uma repercussão maior do que eu esperava. Na verdade, o que houve foi uma espécie de protesto daqueles que se sentem carentes, daqueles que não tiveram coragem e daqueles que são tão intensos a ponto de beirar a loucura.
Calma! Não é uma crítica! Somente a constatação de algo além do que eu havia relatado, só que ainda não consegui definir ou entender se de fato trata-se de carência ou solidão.
Neste caso, refiro-me ainda àqueles que embora acompanhados, estejam vagando solitários ou carentes, nesse mundo torto que criamos.
Aquele meu amigo, ao qual me referi no primeiro texto, se encontrou. Encontrou o que procurava em si mesmo e em seu relacionamento. Para isso, teve que entrar em conflito, fazer suas idéias e ideais colidirem, teve que entender que apesar de a idéia de algo novo ser de fato tentadora, tudo o que ele precisava era aceitar e valorizar o que já havia conquistado.
Me pergunto, hoje, após tão veemente protesto, porque então tantas pessoas que são comprometidas, estejam se sentindo tão descompromissadas?!
Melhor dizendo, porque tantas pessoas apesar de serem casadas, sintam-se tão livres e liberadas de tal compromisso, a ponto de olhar para os lados, buscando algo novo?!
Acho que sei a resposta.
Quando nos casamos e assumimos a responsabilidade de uma caminhada conjunta, depositamos nessa união a esperança de uma caminhada emocionante, bem sucedida, com poucas derrotas e muitíssimas vitórias. Acreditamos que ao assumirmos tal aliança, teremos no outro aquilo que nos falta. Acreditamos que o outro nos suprirá de nossas carências, nos afastará de nossos medos e nos fará plenos em todos os aspectos.
Porém, com o passar do tempo, percebemos que o outro é só mais alguém que busca o mesmo que nós, só que com uma visão diferente, então, muitas vezes, o que deveria ser uma caminhada conjunta, passa a ser uma maratona individual, onde cada um tenta ser e dar o melhor de si, para que essa união dê certo, ou não.
Lembra quando escrevi sobre pessoas que são compostas por fragmentos de outras pessoas?! Então! Como encontrar no outro o que te falta, se no outro, falta tanto também?!
Hoje, temos no mundo inúmeros seres pensantes, que fazem o mundo girar, acordar e adormecer, mas também temos um zilhão de corações ambulantes, como eu! Perambulando por aí oferecendo algo ou esperando algo que dificilmente será encontrado.
Os seres pensantes são aqueles que constroem, que criam, que fazem com que as coisas aconteçam, independente de seus impulsos, loucuras ou carências. São seres que se alimentam daquilo que produzem e que vez ou outra tem um impulso, mas conseguem controlá-lo, pois sua razão fala mais alto. Sua sensatez é seu ponto forte. Então, mesmo que tenham uma tarde de impulsividade e desejo, no dia seguinte retomam a vida real e aquela tarde fica só na lembrança.
Já os corações ambulantes, são movidos pelo impulso, se alimentam das paixões e buscam incessantemente um algo mais. Esses seres estão fadados a viver mais, sofrer mais, querer mais, mas jamais se deixarão abater caso encontrem um ser pensante que não o corresponda, em seu caminho.
Esses são responsáveis pela audiência altíssima das novelas, pela bilheteria estourada de comédias românticas, pelo sucesso de livros com histórias fantasiosas entre lobos e vampiros, pois conseguem se colocar e se sentir na pele do vilão e do mocinho, do cara desastrado que no final se dá bem, da relação que em tese tem tudo para falhar, mas que vence qualquer barreira.
A carência que hoje sentimos no ar, vai além de nossa condição perante a sociedade. Ela é fruto daquilo que imaginamos ser o ideal.
A coragem que nos falta é resultado de relações frustradas e do medo do julgamento alheio.
A loucura que às vezes nos acomete é o reflexo de tudo isso.
Não tenho uma receita ou uma fórmula para eliminar tal sentimento dos solteiros, tão pouco dos casados, mas aprendi também a me alimentar daquilo que passou, assim, quando um ideal é só um ideal, lembro-me do que me fez bem, respiro fundo e sinto o vazio ser preenchido pela sensação de realização.
Tenho certeza de que diariamente encontro muito mais corações ambulantes do que seres pensantes e acho isso ótimo! Afinal, apesar do cérebro ser responsável por quase tudo em nós, se o coração deixar de pulsar, todo o resto entra em falência.


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Gente Feia!!!

Outro dia, ouvindo uma história de uma amiga, fiquei tão horrorizada que soltei a frase: "ah, que gente feia!".
Minha amiga riu e achou graça na expressão "gente feia", então, expliquei que pra mim, não importa o quão linda a pessoa seja por fora, se for horrível por dentro, é gente feia!

Não me refiro à beleza, à estética, ao cartão de visitas da pessoa. Falo da alma, do coração, do que pensa, sente e faz essa pessoa.
Falo do que movimenta o ser para fazer ou deixar de fazer algo por alguém.

Passei dos 30. Já me considero uma MULHER e posso dizer que nesses anos todos,  conheci mais gente feia, do que gente bonita. Porque gente bonita mesmo é raro.
Gente que se preocupa com o outro, gente que quer o bem comum, gente que não se esconde por trás de uma máscara de hipocrisia, gente bonita mesmo, quase não existe.

Não sei se sou "gente bonita", mas sei que faço o possível para não ser "gente feia"!
Obvio que sou humana, mas não uso essa desculpa para encobrir minhas falhas ou justificar meus pequenos delitos.
Assumo que erro, assumo que peco, assumo que invejo e até sinto ciume às vezes.

O grande lance é até onde essa feiura tem espaço em mim, no meu dia-a-dia e no meu ser.
Minha parte feia é diariamente sufocada, contida e posso dizer amordaçada, pelo meu lado bonito. E não é nada fácil isso heim! Domar o monstro que há em mim é fogo!!!!

Pensa que é fácil ver um cara lindíssimo acompanhado de uma garota sem sal e pensar que talvez ele esteja com ela por amor e não por comodismo ou interesse?!

Pensa que é tranquilo pra mim fazer de conta que não me preocupo nem um pouco com a minha conta bancária, pois no mundo existem pessoas morando na rua, sem ter o que comer, enquanto eu reclamo?!

Acha que é fácil não criticar, não falar mal, não soltar um palavrãzinho que seja quando algo sai totalmente contrário às minhas expectativas?!

Imagina o quanto é complicado não falar mal daqueles que me fizeram mal para aqueles que amo?!

Talvez eu também seja uma pessoa feia.
Talvez eu também faça parte dessa gente feia. Não sei! Só sei que existem dias em que o mundo é cor-de rosa, tudo brilha e não consigo dizer uma só palavra ruim. Nesses dias, acho que o monstro que há em mim adormece, desmaia, fica mudo.

Talvez todos nós tenhamos esses dias. Dias de feiura e dias de beleza.

Talvez eu tenha a infelicidade de sempre conhecer as pessoas em seus dias de feiura.

Talvez eu seja responsável por transformar gente bonita em gente feia!

Talvez eu seja feia num mundo de gente bonita... ou seja bonita num mundo de gente feia...

Não sei mesmo! Só sei que não gosto de gente feia!

Intensidade, Coragem, Carência e outras loucuras...

Há mais ou menos dois anos, um amigo me procurou porque estava confuso, com problemas e precisava da minha opinião de mulher para se decidir.
O casamento não tava legal, ele conheceu uma garota que balançou o mundo dele e ele estava seriamente inclinado a acabar com o casamento de anos para partir para essa nova e tentadora aventura.

Depois de ouvir todo o relato desse meu amigo, depois de ver seus olhos tão angustiados, fiz uma pergunta bem simples: há quanto tempo essa relação está acontecendo? E ele me diz: um mês

Em um mês a mulher entrou na vida do meu amigo, abalou completamente a estrutura dele, se entranhou de tal maneira que já falavam em vida a dois, filhos, futuro e tudo mais.

Meu conselho: Se livra dessa louca!!!! Amigo, se em um mês ela já fala de vida, filhos, família e já te cobra um monte de decisões e definições, imagina como vai ser daqui dois anos?! Vai sentir como se tivesse vivido vinte anos com ela!!!

Me lembro de na época me gabar por ser uma ótima amante, que não cobrava, não insistia, não vivia pensando no amanhã e estava sempre pronta e impecável para o momento a ser vivido. Pensava e vivia o presente e deixava o futuro pra pensar quando necessário.
Rimos muito da situação toda e no final das contas, ele mandou a louca pro espaço e hoje vive feliz e bem contente com a mulher que ele escolheu e que sempre amou. Fui uma boa amiga e boa conselheira.

Achei que esse tipo de situação só acontecia com algumas mulheres carentes e inseguras e dei graças à Deus por não ser uma delas.

Recentemente, eu, estando num estado de carência intensa e insegurança total, conheci uma pessoa que mexeu comigo tanto quanto a louca mexeu com meu amigo. Me desestruturou de tal maneira que eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser no meu desejo de estar com ele. Nessa altura, sem me dar conta, me tornei a louca! Cerquei, insisti, liguei, mandei mensagens, e-mails, só não mandei flores e outros exageros porque não sou tão louca assim, mas devo confessar que esses exageros até me passaram pela cabeça.

Bem, por sorte ou sei lá o que, talvez essa pessoa tenha tido um bom amigo e conselheiro que provavelmente deva ter dado o mesmo conselho que dei ao meu amigo há dois anos: "se livra dessa louca!"

Ainda bem e graças ao poder do desapego chamado fluoxetina, minha loucura momentânea passou e o que me restou hoje foi uma vergonha imensa de tudo o que fiz durante esse meu momento de loucura, carência, insensatez, intensidade... tudo junto...

Uma semana depois, desprendida, distraída, totalmente zen, uma pessoa sorri, se apresenta, começa um papo e bastou um happy hour para que eu me tornasse a mulher da vida dele. Me tornei a pessoa que o faria feliz para sempre.
Sério, acho que se eu, naquele momento, tentasse correr uma maratona, eu ganharia!

Mais recentemente ainda, num momento de total distração, olhei pro lado e vi outro alguém diferente, e, para resumir a história, mais uma vez aconteceu o momento intensidade e eu fiquei sem saber o que fazer.

Há alguns dias, um amigo postou no Facebook a seguinte frase: "carência, a gente se vê por aqui!" e na sequencia, um amigo dele postou "conhece a pessoa de manhã e à noite já é o amor da sua vida!". Quando li aquilo, comecei a rir, porque me lembrei da minha reação em relação ao cara que me abalou e na sequencia, da reação dessas duas últimas pessoas que conheci.

Desde então, venho me perguntando o que será que está acontecendo com as pessoas?! Será que a paixão está no ar?! Será que é o frio?! Será que o cupido andou disparando flexas com os olhos vendados?!?!?!?

O primeiro, aquele que me abalou a estrutura, deve ter uma impressão muito estranha a meu respeito e eu entendo perfeitamente! Não dei a chance dele me conhecer de verdade, porque sufoquei, porque fui com muita sede ao pote, porque eu quis tanto ser especial que espantei ele, como se espanta uma mosca de padaria.

Esses dois últimos caras que conheci, fizeram o mesmo comigo! Me senti a mosca fugindo pra me salvar de levar um tabefe no meio da fuça!

Então, fazendo um balanço de tudo isso, só posso concluir que o estado de carência das pessoas, aonde também me incluo está elevadíssimo! Não é a paixão que está no ar, não é o frio, nem o pobre do cupido!!!

Veja, não é culpa da louca, minha ou dos caras que conheci, mas ao mesmo tempo é sim culpa de todos nós! Nos últimos anos, nos cercamos de relações vazias, de relacionamentos sem futuro, sem comprometimento, sem um mínimo sequer sentimento. Deixamos o momento tomar conta, deixamos a pele ser prioritária e nos esquecemos de como é que se relaciona de verdade.

Não sabemos mais nos relacionar de verdade! Quando foi a última vez que você disse "quer namorar comigo?!", séculos atrás!!! Hoje, o cara que diz isso é tido como babaca e a garota que espera ouvir isso é conhecida como neurótica, pegajosa, dependente, carente e tudo mais!

Não existe mais a fase da paquera, a fase de pegar na mão, a fase de roubar um beijo e construir um relacionamento.
A gente olha, gosta do que vê, já sai beijando, pegando, transando e pronto!

Daí quando acaba a fase da pegação é que a gente vai conhecer o outro e aí descobre que não tem nada em comum, que não queremos mais essa relação, ou, com muita sorte, o contrário também pode acontecer, pode ser que se descubra um ser maravilhoso, que dê mais vontade ainda de estar junto, enfim..., é loteria! Mas dizer ou ouvir a frase "quer namorar comigo" JAMAIS!

Sabe o que eu acho que falta?! De verdade?! Um tipo de vacina para essa época da vida ou do ano...
Acho que os postos de saúde deveriam distribuir Fluoxetina de graça para homens solteiros até 35 anos e para mulheres solteiras acima dos 30.
Evitaríamos situações embaraçosas, amores momentâneos, foras diários, etc...
Sem contar a economia né?! No meu momento insensatez, comprei duas lingeries novas, velas, um vinho, acessórios que combinassem com a cor das lingeries e sapatos que dessem uma incrementada no visual. Tudo para impressionar minha paixão momentânea. O detalhe é que tudo isso continua embalado. Não foi usado!

Pensa comigo, se ao invés de investir tudo isso na sedução, eu tivesse investido em fluoxetina, eu teria alguns meses de serenidade ao invés de tesão reprimido e carência acumulada!

Se meus ex-pretendentes tivessem tomado fluoxetina antes de a gente se conhecer, hoje à noite, eu certamente teria o que fazer!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cuidado!

Eeeiii! Cuidado! Não tá vendo o buraco não?!

Presta atenção!!!

Que mania essa de se jogar de qualquer jeito na primeira aventura que aparece!

Depois vem chorando, sangrando, todo arranhado pra eu fazer curativo, dar beijinho e colocar band-aid!

Será que você ainda não aprendeu que não é assim que se faz?!
Não percebeu que não é assim que se brinca?!

Não pode se jogar! Tem que dar um salto consciente!

Não pode fechar os olhos e se lançar! Tem que olhar firme no alvo e pular, pra cair com os dois pés no chão! OS DOIS PÉS NO CHÃO!!!!

Sei que é difícil e também sei que brincar sem pensar é muito mais gostoso, mas pensar é necessário!

Não pode só sentir!

Não pode só querer!

Tem que saber aonde vai chegar!


Correr sem rumo certo, dar voltas e rodopios é até divertido no começo, mas depois dá enjôo, dá tontura, perde-se a noção de direção. Não é bom! Você ri no começo, mas sempre acaba a brincadeira chorando!

Apostar corrida sem tênis apropriado, vai estourar seus joelhos, te dar caimbras e no final das contas, não vai dar em nada, porque não adianta correr sozinho!

Coração...! Eu amo você!...
Você é lindo, doce, fofo e cheio de coisas boas, mas será que dá pra ser um pouquinho só mais centrado?!

Será que você pode ser só um pouquinho menos atrevido?!

Será que dá pra você ao menos ver se tem uma rede de proteção da próxima vez antes de se jogar?!

Sei que sou sua mamãe consciência, sei que esse é meu papel, mas toda vez que você se espatifa, sou eu quem recolho os cacos, faço os curativos e fico com enxaqueca!!!!

Dá um tempinho antes de se jogar outra vez por favor, tá?!



Mamãe tá cansada, querendo dormir uma noite inteirinha sem sobressaltos, sem sustos, sem você disparar e me tirar o fôlego.

Sério! Não vou mais correr atrás de você heim! Tá ouvindo?!

Não vou ficar cuidando de você enquanto você chora e reclama da sorte!!!

Ouviu?!...

Coração?!....

Não acredito que me deixou falando sozinha outra vez!!!!!! uuurrghhhhh!!!!!


EU, NÓS, ELES

Foi assim, veio sem querer, sem avisar, sem sequer pedir. Quando vi, chegou!

Chegou já tomando conta de todos os espaços vazios, que eu nem sabia que existiam! Encheu os armários, as gavetas, todos os cômodos e espaços internos.

Não contente, também quis ocupar o exterior. Quis enfeitar, colorir, povoar, fazer jardim e tudo mais. Pisou nas margaridas, arrancou as marias-sem-vergonha, tirou a roseira e plantou tudo novo!

No primeiro momento, tive vontade de expulsar, de jogar no lixo, de por pra fora mesmo!

Afinal, onde já se viu chegar assim, sem sequer um telefonema ou um telegrama?!

Mas não fiz isso. Deixei para ver até onde ía. Quis saber por quanto tempo ficaria.

Com o passar dos dias, o que me incomodava passou a me fazer bem. Seu jeito desengonçado, atrapalhado e sempre apressado acabou me conquistando.

Sem me dar conta, passei a pensar no plural. Já não estava mais só e nem pretendia estar!

Fiz planos para nós, almoço para nós, jantar para nós, viagem para nós...

Então, o NÓS ficou pesado demais. Como vários nós na garganta que impedem a respiração, que atam nossas mãos, que nos fazem prisioneiros involuntários.

Nos vimos presos a esses nós que também não existiam antes, porque antes NÓS não existíamos!

De repente, tudo mudou. Fechou a cara, me olhou com um ar meio triste, meio sem graça, sem saber o que fazer ou o que dizer. Não disse nada, ficou em silêncio. Mudo, estático, então, virou as costas e foi embora.

Desatou os nós, engoliu os outros nós, e, então, NÓS deixamos de existir outra vez.

O singular voltou. A primeira pessoa voltou a imperar nos almoços, jantares, viagens... Tudo na primeira pessoa do singular novamente. EU!

Só então percebi que os espaços vazios seram muito maiores do que eu sequer tinha noção. Eram gigantescos. O que antes bastava e parecia ser até pequeno para o EU, ficou grande demais.

EU passou a querer o NÓS novamente, mas nós, já não podemos mais ser nós, porque hoje são ELES.

Então hoje sou só EU e ELES, MEU e DELES. Distintos, separados, distantes.

O único problema é que hoje, tenho um nó na garganta que não sai, não desata, não consigo engolir.

Acho que esse nó não é meu! É DELES.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Miragem

É estranho como as coisas tendem a acontecer na vida da gente. É estranho como as pessoas tendem a acontecer na vida da gente.

Existem momentos em que parece estarmos no meio de um deserto, no topo de uma duna e parece que jamais sairemos dali. Mas, sem que possamos perceber, a duna está em movimento constante.
O vento leva os grãos de areia aos poucos, dando a falsa impressão de que nada acontece. Nada muda.

Então, de repente o sol nasce e percebemos uma coloração diferenciada no sol acima de nós. Vemos que a paisagem mudou. Percebemos que a duna que parecia imutável, está transformada e tudo o que restou dela foram os grãos que grudaram entre nossos dedos.

Às vezes, somos a duna, às vezes somos o próprio sol, mas na maioria das vezes, queremos muito ser o vento, que sopra, que muda, que transforma, transporta e surpreende.

Pessoas acontecem diariamente na vida da gente, assim como o dia que vai e vem sem que possamos sequer permitir ou muitas vezes perceber.
Existem dias que marcam mais, que são mais vividos, que são mais prazerosos e por isso, não queremos que passem.

Existem pessoas que marcam mais, que fazem nossos dias mais prazerosos e por isso não queremos deixá-las partir.

Porém, assim como o dia que vai e vem sem nossa permissão, pessoas também vem e vão sem nossa permissão. Tem período determinado e razão especifica para amanhecer e anoitecer em nossas vidas, não ficando um minuto além do necessário.

Ontem, vi um sol brilhante e lindo. Vivi uma noite mágica sob as estrelas do céu de escorpião. Senti o vento me arrastar como arrasta a duna mais densa do deserto para um oásis que eu nem imaginava que pudesse existir. Foi tempestade de areia, foi forte, foi único.

Mas isso foi ontem. Durou somente o que tinha que durar e por mais que eu quisesse prolongar, por mais que eu quisesse fazer esse dia se estender um pouco mais, ele se foi.
O dia de hoje não tem o mesmo sol, tão pouco o mesmo brilho. Aquele azul pertence somente ao céu de ontem. Pertence somente àqueles olhos.
O dia de hoje não tem tempestade, não me tira o ar, nem me arrasta para canto nenhum. Mas está aqui.

Hoje, gostaria de ter o vento que muda, transforma, transporta e faz com que tudo mude.
Hoje, gostaria de ter o sol, que aquece, conforta, ilumina.
Hoje, daria tudo para ter o oásis que mata a sede e leva esperança até mesmo aos corações mais fracos.

Hoje, sou somente a duna, que aos poucos é levada pela brisa leve. Grão a grão.
Sinto sol à distância, não sendo tocada, tão pouco aquecida por ele. Sei que ele existe, mas seus olhos não estão voltados para mim.

É bom saber que o sol brilha, mesmo que não seja para mim. Bom saber que aquele azul ainda existe independente de estar apontado para mim ou para outra direção.

A parte ruim disso tudo, é que talvez, em função de ontem, eu não esteja dando chance à esse novo dia que aqui está, com sua cor diferente, com seu brilho brando e singelo, com seu calor doce e calmo.

Então, talvez eu esteja errada, achando que a mim resta somente a lua fria, a lembrança do céu de escorpião e o desejo de que outro dia como aquele aconteça, quando na verdade, o dia que nasceu hoje é que foi feito pra mim, na medida certa, com o tom certo e com vontade de se repetir por muitas e muitas vezes, sem que eu precise pedir.

Talvez o céu de escorpião deva ser admirado à distância, como um segredo que devo guardar pra mim, sem dividir ou sequer dizer que um dia ele existiu. Talvez aquele azul tenha sido tão marcante porque durou somente um momento e nada além do que deveria durar.
Talvez meu oásis tenha sido somente uma miragem, uma ilusão que criei em função do meu desejo intenso de que algo acontecesse.

Talvez...!