É muito complicado, ter que, diariamente, lidar com situações e pessoas diferentes. Difícil saber quando ouvir e quando calar. É a tal da inteligência emocional que todos queremos, mas nem todos temos.
Hoje cedo, depois de acordar uma hora atrasada, me vestir com a primeira roupa que encontrei e sair como uma louca de casa, recebi a ligação de um amigo que mora em outro Estado, dizendo que precisava da minha ajuda, pois não sabia o que fazer.
Conheceu uma garota que o fez sentir bem, "temos sintonia", ele diz, só que a moça chegou na casa dele altas horas da noite de ontem, dizendo que o amava, que queria definir a situação e que estava cansada de se submeter às regras idiotas dos relacionamentos que criamos, ou seria às regras que criamos, dos relacionamentos idiotas que temos?!
Enfim, a garota saiu hoje cedo da casa dele, e, meia hora depois de ter saído, enquanto falávamos ao telefone, ela ligou, dizendo que estava voltando.
O fato é que esse meu amigo, é exceção à regra do "foge que é encrenca!", ele balançou, ficou confuso e nesse exato momento, enquanto escrevo, deve estar pegando a moça de jeito pela milésima vez desde que ela entrou em sua casa de maneira tão intempestiva e inesperada. GAROTA DE SORTE ESSA VIU!!!
Desliguei o telefone, imaginando como seria a entrada dela, imaginando que ela não daria tempo sequer dele dizer "oi".
Tenho quase certeza de que ela desceu do carro, lascou-lhe um beijo daqueles de tirar o fôlego e fez o cara tremer dos pés à cabeça e só conseguir dizer "SIM!"
Nesse caso, quem é emocionalmente inteligente?! Ele, que disse sim e não deixou essa mulher tão incondicionalmente emocional escapar, ou ela, que deu uma chave de pernas no garoto e não deixou que ele pensasse nada além do sim?!
Desde o início do meu dia, estou pensando nisso de maneira incessante. Enquanto devoro castanhas, nozes e avelãs que meu colega de trabalho trouxe, no meio da minha crise emocional e de ansiedade, sinto inveja da tal moça.
Ela foi lá, decidiu pelos dois e hoje passará o dia com um sorriso de orelha a orelha, pois conseguiu conquistar seu objeto de desejo.
Pensei inúmeras vezes se ao invés de vir para o escritório, cumprir com minha carga horária, eu desviasse meu caminho e fosse ao encontro daquele que faz meu coração disparar. Sim, porque há dias, meu coração está batendo fora do meu corpo. Está longe, longe do meu corpo.
Me imaginei indo até meu objeto de desejo, jogando fora tudo o que pesa e me impede de ser mais louca do que o usual, soltar todas as amarras possíveis e passar um dia inteiro de sensações e sentimentos. Descartando todo e qualquer pensamento ou razão, até o dia acabar.
Imaginei o quanto seria bom sentir aquele calor novamente, aquele beijo que me faz perder o fôlego, aquele abraço que me faz sentir única.
Por alguns instantes, no meu caminho diário para a minha vidinha comum, fui tão feliz quanto gostaria de ser.
Dei seta, entrei à direita, desci a rampa do estacionamento e cá estou. Desejando, imaginando, querendo, mas fazendo tudo contrário.
Apaguei celular da memória, deletei mensagens, excluí e-mails, bloqueei das redes sociais e fiz exatamente tudo aquilo que aquela moça não fez.
Seria um ato de coragem ou covardia?! Me mostro superior ou frágil?! Estou fugindo ou evitando o sofrimento?!
O que é de fato ser emocionalmente inteligente?! Colocar o orgulho e o amor próprio acima de tudo ou agir de acordo com a emoção e o calor do momento?!
Não sei a resposta.
Só sei que hoje, no mundo, existe alguém emocionalmente feliz e que está pouco se lixando pro resto de nós!
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