sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PROVÉRBIOS

Essa noite, diferente das demais, sonhei...

Sonhei um misto de passado e presente, medos e anseios, dores e amores...

Um amor do passado, que era um amor presente e que obviamente era encarado com surpresa, porque mesmo em sonho, não conseguia entender o que ele fazia lá.

De repente, me vi cercada por pessoas conhecidas, que se portavam como desconhecidos e desconhecidos que me estendiam a mão e tentavam me confortar...

Chorei muito, em sonho e enquanto em sono.

Acordei chorando...

Enquanto chorava em sonho, estava cercada de pessoas que convivem comigo e que em momento algum me enxergavam... Acordei chorando sozinha em minha cama.

Durante os últimos meses, venho repetindo uma discussão interna e ao mesmo tempo externa, tentando provar o quanto me amo e o quanto posso querer o bem de quem amo. Nessas discussões, entendo e vejo que tudo aquilo que valorizei enquanto mais jovem não me serviu de coisa alguma e então, tento passar a mensagem a diante, mas é uma tentativa infrutífera, pois ninguém pode viver através de experiências minhas. Não posso cercar aqueles que amo e impedir que vivam seus erros...

O choro do meu sonho era resultado desses erros, das escolhas que fiz e principalmente, daquilo que acreditei ser real. O sonho é somente reflexo da realidade.

É incrível o que a maturidade faz com a gente. Trás conhecimento, entendimento, sabedoria, mas tudo isso chega um pouco tarde, porque só chega no momento em que estamos colhendo, não mais plantando, então, trata-se de uma sabedoria, de um entendimento tardio... “quem semeia vento, colhe tempestade...”

Uma vez, li que até os 25 anos, não analisamos consequências, então, se tivermos que escolher entre uma noite de diversão a uma noite tranquila, um dia seguinte com ressaca a um dia seguinte com caminhada matinal e café da manhã saudável, ficamos com a noitada e a ressaca. Só a partir dos 30 anos, preferimos a noite de sono e a caminhada no dia seguinte, não porque ficamos velhos, mas porque consideramos as consequências...

Ultimamente, aliás, tenho falado muito em ação e reação, causa e efeito, escolha e consequência... e sinceramente, esse papo está me deixando um tanto saturada, porque me divertia muito mais quando não pensava no dia seguinte, porque era muito mais fácil conviver com meus erros e acertos, sem levar em conta minhas escolhas ou ações...

Não fui perfeita, não fiz boas escolhas, não tive boas ações, então, acordar chorando sozinha em minha cama é só consequência...

Hoje, em alguns momentos, chego a gritar, afim de que me ouçam, afim de que me entendam... mas não adianta...

Provérbios 22

1) É MELHOR SER respeitado do que ser rico; é melhor ser amado do que ter uma fortuna em ouro e prata.

2) Ricos e pobres, todos são iguais perante Deus, que criou todos os homens.

3) O homem de bom senso percebe os perigos que tem pela frente e se defende; as pessoas ingênuas avançam às cegas e sofrem as conseqüências.

4) Para conseguir riqueza, respeito dos homens e uma vida feliz, você precisa ser humilde e obediente ao Senhor.

5) O homem que despreza a Deus anda por um caminho cheio de espinhos e buracos; quem dá valor a sua própria vida se afasta desse caminho.

6) Ajude seu filho a formar bons hábitos enquanto ainda é pequeno. Assim, ele nunca abandonará o bom caminho, mesmo depois de adulto.

7) Assim como os pobres são dominados pelos ricos, quem pede dinheiro emprestado se torna escravo de quem empresta.

8) Quem semeia vento colhe tempestade; quem semeia o mal recebe maldade e perde todo o poder que possuía.

9) O homem generoso será recompensado porque reparte seus bens com os pobres.

10) Se há brigas num grupo, mande embora a pessoa que está sempre criticando e zombando; as brigas e os problemas acabarão imediatamente.

11) O homem sincero de coração e delicado no falar ganhará a amizade do rei.

12) O Senhor vigia e protege quem obedece a Sua lei mas faz os planos dos perversos fracassarem.

13) O preguiçoso inventa as desculpas mais esfarrapadas para não trabalhar. "Não posso sair de casa pois poderia encontrar um leão andando pela cidade e ele me mataria!" , diz ele.

14) A prostituta é como um poço muito fundo; o homem que Deus amaldiçoa chegará bem perto e acabará caindo no poço.

15) Toda criança é rebelde e desobediente por natureza; para vencer esse problema é preciso um castigo severo mas amoroso.

16) Quem explora o pobre para enriquecer acabará na pobreza; o mesmo acontecerá a quem procura agradar os ricos para subir na vida.

17) Ouça com atenção as palavras dos sábios, escute bem os meus bons conselhos

18) porque vale a pena saber tudo isso de cor e aplicar a verdade a sua vida.

19) Assim, quero ensinar você a confiar somente no Senhor!

20) Lembre-se dos conselhos que eu lhe dei há muito tempo, lembre-se de como eu lhe ensinei a verdade para você, poder ajudar outras pessoas!

22) Não explore o pobre porque ele não pode se defender! Não seja injusto ao tratar dos problemas de uma pessoa humilde.

23) O Senhor mesmo lutará em favor do pobre e do humilde e castigará com a morte a quem explora os fracos.

24) Não se torne amigo do homem violento e brigão

25) senão você acabará se tornando igual a ele e será castigado da mesma maneira.

26) Não entre no grupo de homens que se oferecem para pagar as dívidas de amigos e conhecidos.

27) Para que arriscar os seus bens? Você pode ser obrigado a entregar sua casa para pagar a dívida de outra pessoa!

28) Não tente aumentar sua propriedade mudando as cercas mais para diante. Isso é puro roubo!

29) Você conhece alguém que faz seu trabalho com cuidado e perfeíção? Em pouco tempo seu valor será reconhecido e ele será chamado para trabalhar para o rei.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Comercialmente falando...

Já reparou que a gente passa a vida inteira vendendo algo?!

Vendemos idéias, ideais, vontades, contrariedades, romances, amores, paixões, desilusões... nós mesmos.

Nos vendemos para nossos amigos, parentes, amores, amantes, dependendo da ocasião, nos vendemos também para nós mesmos.

Para os amigos, vendemos a imagem de que somos confiáveis, alegres, abertos, dispostos e disponíveis e temos um trabalhão pra manter o produto vendido, pois corremos o risco de perdermos o cliente por tempo indeterminado, talvez para sempre.

Para os parentes, dependendo da ocasião, vendemos que somos diferentes dos demais, que somos meigos, que somos carinhosos, que somos carentes, na verdade, para os parentes vendemos mais nossos defeitos do que nossas qualidades, com a desculpa de que devemos ser aceitos, comprados e amados exatamente como somos, pois como parentes, são clientes cativos, que teoricamente, não tem a opção de nos devolver para a prateleira...

Para os amantes, vendemos nossa sensualidade, nossa sexualidade e nosso desprendimento. Neste caso, o cliente que nos compra tende a procurar algo melhor no mercado, então, nosso empenho é dobrado nessa conquista. Temos que investir em perfumes, roupas, lingeries, caras e bocas, disponibilidade, voracidade e principalmente, na arte da sedução. Tal venda é extremamente prazerosa, pois requer inteligencia, dedicação e ao mesmo tempo, faz com que representemos ser aquilo que não somos, mas que gostariamos muito de ser...

Para os amores, oferecemos quase que gratuitamente tudo o que não nos é pedido. Vendemos a possibilidade de sermos fiéis, apaixonados, dedicados, entregues e perfeitos. Junto com tudo isso, oferecemos nossa carencia afetiva, nossa atenção integral, nossa visão de futuro e nosso desejo de felicidade. Acredito que essa seja a venda menos lucrativa e ao mesmo tempo, a mais valiosa. Encontrar um comprador para o amor que ofertamos não é tarefa fácil, pois apesar de aparentemente simples, encontrar um comprador que esteja disposto a se vender também, é quase tão raro quanto ganhar na loteria. De todas as formas de venda, essa é a que mais importa.

Amigos vem e vão, são substituíveis e volúveis, ora nos amam, ora nos odeiam.

Parentes são o sinônimo de conformismo, de segurança, pois por mais que tenham vontade de nos substituir, não podem fazer isso, então, se contentam com o que oferecemos e pronto!

Amantes são amigos que levamos para a cama, também são substituíveis, também são passageiros e da mesma maneira que nos desejam, deixam de desejar, assim como desejamos e deixamos de desejar... é mais uma relação de troca, do que propriamente de compra e venda.

Já os amores são como aqueles clientes que queremos manter a todo custo, às vezes conseguimos, mas na maioria das vezes, falhamos. São aquelas negociações intermináveis que raramente resultam no fechamento do negócio, no casamento propriamente dito. São aquelas contas super concorridas, que o mercado disputa a unha e que para isso, reduzimos nosso custo a quase zero, abrindo mão da margem de lucro, colocando em risco a saúde da nossa empresa (nós mesmos) e que muitas vezes, no final das contas, não vale a pena tanto esforço.

Por alguma razão, nos tratamos como produtos em prateleiras, sempre à disposição, em exposição, afim de que sejamos valorizados, aceitos e comprados.

Não existe muita lógica nisso, mas é um fato. Cuidamos da nossa embalagem, nosso conteúdo, nossa projeção e nossa atratividade para o mercado.

Mas por mais que façamos investimentos, por mais que façamos melhorias ou busquemos atualizações, reciclagens e afins, nem sempre somos comprados pelo valor justo, na verdade, acho que a sensação de estarmos pouco valorizados pelo mercado é algo constante, algo que incomoda, que nos faz sentir infelizes...


Comercialmente falando, somos o produto que ao nosso ver, todos deveriam querer e se matar para ter, mas que por alguma razão às vezes encalhamos na prateleira, ficando cheios de poeira, com o prazo de validade vencido,  correndo o risco de parar naquelas bancas de promoção, do tipo compre um e leve dois...


Talvez seja hora de investir em me tornar matéria-prima e não produto final...



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SONHO

 


Sonho com um amor distante, de olhar marcante e respiração forte.

Sonho com um amor que me libertará dos meus medos, acabará com meus anseios e me fará feliz pra sempre.

 Sonho com aquele que me tira o fôlego, que trás luz aos meus dias e me faz suspirar.

 Ele às vezes é estranho, um pouco rebelde, muito ciumento, mas mesmo com toda forma grosseira de ser, ainda assim, é doce, é lindo e é meu.

 Eu, me entrego, me derreto, me transformo, me iludo e me realizo em cada gesto, em cada palavra e em cada sinal, mesmo que mínimo, mesmo que ínfimo, mesmo que distante...

 É meu sonho.

Meu sonho presente, meu sonho futuro... MEU!

 Às vezes, vou pra cama sem jantar, durmo com fome, porque tenho pressa de dormir e se ainda for jantar, vou demorar mais a dormir e conseqüentemente, custarei a sonhar.

 Comer pra que?! O sonho me alimenta!

 Esse sonho me induz, me conduz, me guia e me leva à perdição.

 Me perco em pensamentos, em sentimentos e em desejos.

 Me encontro nos seus braços, nos seus abraços e na sua maneira de me envolver.
 
Nesse sonho, não existe mundo, não existe horário, não existe certo ou errado.

 Só existimos nós dois e o que sonhamos juntos, seja dormindo ou acordados.

Sei que ele também sonha comigo. Sei que ele sonha, assim como eu, um dia, deixar de sonhar e viver, então, nossa vida será um sonho... um sonho bom, com final feliz...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Previsão do Tempo



Semana passada, eu estava exatamente como o tempo. Não sabia se chovia ou se fazia sol.
Infelizmente, com o início dessa semana, uma frente-fria chegou e se instalou, acabando de vez com a possibilidade de sol em mim.
Desde segunda, só chovo, vento e esfrio a cada minuto que passa. A tendência é que minha temperatura caia ainda mais daqui até o final do dia.
Tenho alguns pontos de alagamento, estado de alerta decretado em algumas áreas do meu cérebro e já foi decretada calamidade total no meu coração.
Especialistas aconselham o uso de capas de chuva, botas, rímel a prova d’água, roupas confortáveis, e a ingestão de chocolates e doces em geral, pois dão uma falsa sensação de felicidade e podem evitar uma nova tempestade de relâmpagos e trovões.
É totalmente desaconselhável o uso de palavras rudes, olhares de desdém ou qualquer outro tipo de ação que demonstre insensibilidade para com meu momento, pois há o grande risco de provocar o aumento das tempestades, queda brusca da temperatura, podendo chegar a dois graus abaixo de zero e possibilidade de geada ao final do período.
Não se sabe ainda ao que se deve essa inexplicável alteração climática que vem ocorrendo, e também não é sabido até quando essa massa de ar e instabilidade permanecerá em mim.
Alguns curiosos dizem que os temporais são resultado da passagem do “Fenômeno Solidão” que permaneceu nos arredores há uns quinze dias atrás, somado ao Tufão Desamor-Término-de-Casamento que recentemente causou alguns tremores de terra, ventos fortes, chuva de granizo e destelhou casas na região sul.
Em sua última estimativa, a cruz vermelha notificou que, até o momento, há ao menos trezentos desabrigados na região centro-oeste, deslizamentos de terra em todo o perímetro analisado e talvez hajam danos irreparáveis à fauna e flora da região.
Felizmente, até o final desta edição, não houveram relatos de morte ou ferimentos graves.
Volto em breve com novas informações. Peço para que, se possível, me deixem em casa, comendo pipoca, assistindo filmes românticos e que de vez em quando, me enviem torpedos no celular, dizendo o quanto sou linda e especial, pois em geral, tal receita surte efeito instantâneo e positivo, fazendo com que a temperatura volte a subir e maiores danos sejam evitados.


COMENDO MAÇÃS, DIGERINDO PEDRAS

Cortei a maçã em quatro pedaços, dos quatro pedaços fiz oito pedaços que foram lentamente mastigados e engolidos, um a um, até o prato ficar vazio.

Mastigando lentamente, tentei fazer com que o açúcar da fruta, me tirasse o amargo da boca, provocado por um pequeno mas não imperceptível réptil que insiste em destilar seu veneno afim de se sentir menos insignificante.

Foram oito pedaços de uma mesma maçã, que agora, pesam no meu estômago como se fossem pedras de uma tonelada cada! São oito toneladas para digerir.

De verdade?! Não gosto de escrever textos assim, porque coloco pra fora meu lado feio também! É como uma corrente. Se me fazem o bem, exponho meu lado brilhante, luminoso, radiante e bom, mas quando alguém me faz o mal, coloco pra fora o bicho que há em mim...

Quem dera pudesse simplesmente não ter que conviver com esse tipo de gente. Gente feia, mesquinha, pequena que usa todo e qualquer deslize meu, a seu favor...

Pior é que isso não acontece só comigo. Tem um milhão de "eus" no mundo e um zilhão de gente feia, rastejando por aí, destilando veneno e transformando tudo o que é colorido, num cinza absoluto.

Gente que consegue transformar maçãs em pedras...

SURPREENDENTE



Gente feito eu, que já viveu um bocado, que já passou por poucas e boas e que já teve que se levantar um montão de vezes, costuma endurecer e obviamente, cria uma capa protetora que evita surpresas.

Assim sendo, são poucas as pessoas que conseguem me surpreender.

Na verdade, nos últimos tempos, nada, nem ninguém conseguia me surpreender. Eu estava sempre um passo à frente daqueles que me cercam.

Não é que a vida, surpreendente como sempre, acabou me trazendo pessoas que de maneira surpreendente, conseguiram me surpreender?!

Há alguns dias, escrevi sobre milagres. Milagres que deixei de presenciar.

Milagres de deixei de acreditar. Milagres que deixaram de me surpreender.

No final desse texto, fiz um apelo para aqueles que me liam, para que dividissem comigo seus milagres. Pedi para que me contassem seus milagres para que através deles, eu voltasse a crer.

Recebi e-mails realmente inspiradores e ligações que me deixaram sem ter o que dizer...

Pessoas que tenho pouco contato, pessoas com as quais convivo superficialmente e pessoas que mal conheço me estenderam a mão, se mostraram solidários, se mostraram próximos apesar de distantes.

De maneira estranha, percebi que apesar de todos os milagres que me cercam diariamente, o maior deles é conviver com seres tão diferentes e tão surpreendentemente dispostos.

São seres dispostos a fazer algo! Seja bem, seja mal, mas fazer algo! Estão dispostos e só por isso, já me surpreendem!

Surpreendente mesmo!.........

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MILAGRES...

Todos os dias, peço, espero, durmo e acordo desejando que um milagre aconteça.
Um milagre qualquer, um sinal, um simples acontecimento que me faça crer que no final, tudo dará certo.
Que no final, serei feliz pra sempre.
Que no final, meus filhos serão amados e terão tudo aquilo de bom que desejo que tenham.
Que no final, encontremos caminhos de luz e paz em nossas vidas...

Então, perdida em meus pensamentos, anseios e desejos, me recordo de quando acreditava que o simples fato de ter nascido perfeita já era um milagre por si só.

Acreditava e sentia o amor de Deus em mim e nos meus...

O que mudou?!
Onde perdi essa fé, essa sensação, essa crença?!...

Talvez tenha sido no meio do meu extrato bancário.
Talvez nas noites mal dormidas.
Talvez nos desamores e desabores...

Porque à medida que envelhecemos, nos tornamos fracos?!
Porque à medida que vivemos, nos tornamos frios?!
Por que à medida que sofremos, vivemos menos?!

Por isso, peço, espero, durmo e acordo desejando que um milagre aconteça...
Porque meu saldo bancário me deixa infeliz, descrente, me sentindo incompetente...
Porque nas noites mal dormidas, não me lembro de orações, só de aflições...
Porque a cada desamor e desabor, me sinto feia, fraca e fria...

Então, se alguém, em algum lugar do mundo chegar a ler essa postagem e tiver vivido um milagre, por favor, divida-o comigo, porque apesar de todo desamor, desabor, descrença, aflição, dor e tudo mais, ainda assim, guardo em mim aquela pequena chama chamada esperança...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Que bagunça!!!


Olha só que bagunça!

 Tudo de pernas pro ar, móveis fora do lugar, objetos caídos e espalhados pelo chão.

Ta vendo ali?! É um pedaço do coração que certamente foi levado pela ventania de ontem à tarde e se quebrou em no mínimo dez partes.

Logo mais à frente tem outro pedaço de algo que se quebrou e que não consigo identificar, porque seja lá o que for isso, se quebrou em um milhão de pedaços pequenos e pra juntar e colar levaria uma eternidade.

Cuidado aonde pisa! Pode ser que sem querer, esmague ainda mais o que restou do amor.

Não me olha assim! Não tive culpa! Estava tudo indo bem ontem, de repente, o tempo fechou, o sol se escondeu e nuvens espessas trouxeram a ventania que estilhaçou vidros, arrombou portas, destelhou a casa e fez todo esse estrago.

Se tinha seguro?! Claro que não! Esse tipo de bem não é segurável. Seguradora nenhuma aceita segurar sentimentos, pois são considerados riscos declináveis, pulverizados e difíceis de estimar valores de reposição ou reconstrução.

O jeito é começar tudo outra vez, mas começar por onde?!

Juntando cacos e pedaços?!

Derrubando o que restou em pé?!

Mais fácil seria abandonar tudo e deixar como está.

Sim! Façamos isso então! Deixemos tudo como está, abandonemos o coração e tudo mais que se espatifou e façamos de conta que nada disso é importante, afinal, essa não é a primeira vez que isso acontece.

 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O que me contenta

Sabe o que me contenta?!


Saber que você nunca vai me esquecer. Saber e ter certeza de que você vai pensar em mim para sempre.

Para sempre, mesmo que alguns dias menos, outros mais, mas mesmo assim, pensará em mim.


Pensará em todos os beijos que nunca me deu, em todas as vezes que não tocou minha pele, em todos os carinhos e carícias que deixou de ter por jamais ter me conhecido.


Lembrará de todos os momentos que jamais tivemos. Lembrará de todos os planos e desejos não realizados.


Se arrependerá por todos os momentos felizes que deixou de ter, por jamais ter me conhecido.


Serei para sempre aquela que você desejou, sonhou, esperou mas nunca encontrou.


Me contenta saber que durante toda a sua existência, você saberá e sentirá que eu existo, que em algum lugar do mundo, eu existo.


Me contenta saber que enquanto caminhar nesse mundo, a cada passo que der, pensará nos passos que não caminhou ao meu lado.


Me alegra saber que mesmo jamais tendo me conhecido, você um dia me amou. Amou a idéia de nos encontrarmos, nos conhecermos, nos termos.


Me sacia saber que por mais que toque outras peles, por mais que sinta outros gostos, por mais que sinta outros cheiros, sempre estará à procura do meu cheiro, do meu gosto, da minha pele.


E de tudo isso, o que mais me contenta é a certeza de que apesar de você me levar contigo pra sempre, apesar de você me desejar para sempre, apesar de saber que você vai me amar para sempre, eu, ao contrário de você, me limitarei a te deixar aqui, iniciarei minha caminhada totalmente livre e jamais voltarei a olhar pra trás...

Solidão, Causa e Efeito

Após ter vivido e vivenciado muita coisa, tenho experimentado situações diferentes que só me fazem crer que o ser humano, de maneira geral, está solitário.

Conheci pessoas que se cercam de falsos amigos, falsos amores, animais de estimação, plantas, carreira, estudos, mas que independente do quanto se ocupam, independente do quanto se protegem, permanecem solitários, buscando algo que os complete, buscando o amor do qual tanto se fala.

Acontece que essas mesmas pessoas não conseguem viver verdades, então, ao se cercar e ocupar, inventam mentiras afim de se sentirem confortados e com isso, acabam por afastar o verdadeiro e tão sonhado amor.

Recentemente, passei por duas situações que me deixaram apavorada.

A primeira, foi a promessa de um amor que duraria a vida toda, uma história mágica, com um encanto e uma doçura que não cabiam em mim. Aos poucos, a magia virou bruxaria, o encanto virou desencanto e descobri que me apaixonei por uma mentira. Ou seria uma inverdade?! Enfim, acredito até que houvesse o sentimento por parte da outra pessoa, mas, em função da necessidade da auto-preservação e auto-proteção, essa pessoa não foi totalmente honesta, inventou fatos e situações, criou desculpas e impedimentos para não viver a história por completo e para justificar seus medos, seus fantasmas, sua covardia.

A segunda, foi a aparição de um ser fantástico, interessante, cheio de qualidades, mas já tão machucado pela vida e por situações passadas, que se esqueceu que a vida necessita ser vivida diariamente, então, tornou-se objetivo, direto e extremamente apressado. Essa minha história, ao contrário da primeira, durou dois dias. Dois dias intensos, cheios de confusões, casos e acasos que resultaram numa mensagem de celular (minha) dizendo que essa intensidade toda havia me assustado e que eu não estava pronta para viver isso tudo. Fim. Acabou.

Acho até que se meu momento fosse outro, eu teria embarcado nesse trem supersônico e certamente estaria casada em um mês. Mas e o amor? E a magia?

A objetividade não dá espaço pra isso. A objetividade visa suprir uma carência imediata que é facilmente confundida com a necessidade de amar e ser amado.

Me pergunto qual a causa de tanta solidão, de tanto desencontro, de tantas pessoas incapazes de amar verdadeiramente. Não consigo encontrar outra resposta que não seja a banalização dos sentimentos.

Veja novelas por exemplo, que antigamente contavam histórias de amores impossíveis do começo ao fim, mas que no fim, eram vividos. Agora, as mesmas novelas adotam aquela frase tão usada ultimamente “a fila anda” e amores que no começo prometem ser tão imensos, são colocados de lado como assessórios velhos e substituíveis.

Cadê aquele amor que durava a vida toda? Cadê aquela história linda que nossos avós nos contavam?

Antigamente, casamentos duravam a vida toda.

Hoje, casamentos que duram mais que 10 anos são tidos como algo inacreditável, quase inconcebível. Imagine que num mundo com tanta variedade e oferta, alguém optar por viver a vida toda com a mesma pessoa é quase um absurdo.


Então temos pessoas solitárias, que nunca conseguem encontrar aquilo que buscam, porque de fato não sabem o que buscam, trocando de parceiros como quem troca de roupa, mentindo e tratando pessoas como se fossem objetos de satisfação e não seres com sentimentos, que por sua vez replicam o que sentem e são submetidos, passando a submeter outros seres, criando uma onda gigante de pessoas vazias, desesperadas, mentirosas e igualmente desinteressantes.


Me cansei disso tudo. Estou fechada pra balanço. Só vou querer conhecer alguém a fundo, se de repente, num primeiro momento, tal pessoa se mostrar no mínimo interessante. Só vou beijar outra boca, quando de fato o sorriso for verdadeiro. Só vou pra cama com quem merecer me ter.


Portanto, seres desesperados, carentes, emocionalmente instáveis, vaidosos demais e outras coisas, por favor, mantenham-se longe. Assim, evitamos situações embaraçosas.


terça-feira, 20 de março de 2012

Quem somos nós?

Me pergunto bastante isso: “quem sou eu?!”


Às vezes, a resposta é dura e seca: “Você não é ninguém! É só mais um ser perdido nessa imensidão; nesse mundo mesquinho de pessoas feias e sozinhas!”


Outras vezes, quando o sol brilha acima da minha cabeça, a resposta é imperativa, é certeira é inspiradora: “Você é a luz, é o calor de todos os dias, é o próprio sol que caminha entre as pessoas que necessitam do seu brilho e da sua alegria!”



Mas, na maior parte do tempo, a resposta é o silêncio.

Não consigo saber, entender, sequer imaginar quem sou eu, porque sou eu, até onde sou eu...



Hoje é um desses dias. Hoje é dia de silêncio.


Quem somos nós?!


Somos pó, somos nada, somos coisa nenhuma se comparados ao todo, mas analisados individualmente, somos seres excepcionais, somos únicos, somos inigualáveis, somos tudo o que é necessário para completar e complementar o cosmo.


Somos pais, mães, amigos, irmãos, amores, amantes, flores, pétalas, pedras, oceanos e mares, somos tudo aquilo que a natureza constitui em sua grandeza e plenitude.



Mas, imperfeitos, somos mesquinhos, invejosos, carentes, desalmados, desumanos e incapazes de perceber nossa beleza individual.

Somos a pétala com inveja da raiz, que cresce no chão e dá a vida.

Somos caule, com inveja da pétala por sua maciez e beleza.

Somos pólen com inveja da flor, nos sentindo só um grão, não nos dando conta de que através de nós a vida se refaz.



Nós não somos nada mais...

Hoje, sou só eu, e, sendo só, não há o que ser, a não ser aquela borboleta, que vez em quando pousa em mim, trazendo esperança, acalanto, encantamento...


Silêncio...

Essa é a resposta de hoje.

Hoje, que não sou flor, caule, raiz, planta ou qualquer outra coisa viva.


Hoje sou silêncio e nós somos passado.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Expectativas

Os seres humanos, sem exceção, são poços de expectativas e por mais que digam não senti-lo, eis que ao menor sinal de risco, vem a frustração, inerente à tudo aquilo que a expectativa criou.

Mas, de onde vem tal sentimento?! Como se forma?! Porque se forma?!

Quando crianças, esperamos pelo natal, aniversário, páscoa, dia das crianças, enfim, os adultos se encarregam de plantar a sementinha da expectativa dentro de nós, e, quando crescemos, deixamos de lado as datas e passamos a criar expectativas acerca de determinados acontecimentos, pessoas, coisas, enfim, transferimos o peso das datas para tudo aquilo que nos cerca, só que, assim como quando crianças, quando não ganhamos o que queremos, a frustração vem com força brutal, trazendo consigo reações inesperadas e atitudes impensadas.

Viver a expectativa pode ser bom ou ruim, dependendo do que se espera. Se é algo material, é mais fácil de lidar, mais fácil de remanejar e segurar a ansiedade, mas, se é algo sentimental, se é algo que esperamos de outra pessoa, aí é mais difícil manejar, pois aguardar o tempo do outro é algo que incomoda.
O medo da não correspondência é sufocante.
A falta de compreensão acerca dos pensamentos do outro é mortal.

Eu, particularmente, detesto expectativas, pois detesto esperar acontecer. Me lembro que aos 10 anos, eu queria tanto um disco da xuxa (ainda vinil) que fiz minha irmã comprar pra mim enquanto estávamos passeando no shopping. O detalhe é que ela sabia que minha outra irmã me daria o disco, mas ao ver minha aflição, meus olhos de cachorrinho abandonado e meu desejo de ganhar o tal disco, ela acabou cedendo.
Quando chegamos em casa, sobre a minha cama, havia um pacote lindo, com um laço gigante, mas o conteúdo do pacote já não era novidade, não me causou euforia, só confusão.
Minhas irmãs brigaram, um dos discos foi dado a alguém que não me lembro e depois disso, toda vez que uma delas ia me dar um presente, a outra ia junto, pra não correr o risco de meu olhar chantagista convencer uma delas novamente a me dar o que eu queria, quando eu queria.

Até hoje não sei lidar com expectativas. Até hoje uso meu olhar de cachorrinho abandonado para conseguir antecipar fatos, para trazer a expectativa do outro pra perto de mim, mas nem sempre tenho o que quero, porque não há o período de maturação, não espero pelo momento certo, só existe minha pressa em viver o que quero e por fim, nunca é como deveria.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Somos Nós

Um dia fomos um.
Fomos dois e mais, fomos cinco pessoas que se amavam. Éramos eu, você, os meus e os nossos.
Num determinado momento, percebi que havia deixado de ser minha e me entreguei a você. Fui feliz assim. Fui imensamente feliz assim. Me perdi de mim.
Mas como tudo na vida tem começo, meio e fim, sem começo, nem meio, chegamos ao fim, e eu, perdida de mim, não me encontrando mais em você, vivi o vazio dos dias sem nós.
Tantos e quantos nós foram feitos! Tantos e quantos nós nos ataram um ao outro a ponto de acharmos que nada, nem ninguém nos afastaria, mas nos esquecemos de nós mesmos.
Nós, responsáveis por atar os nós, fomos inconseqüentes, pequenos, mesquinhos e egoístas, e, sendo um só, fomos dois e tratamos de desatar cada um dos nós, até que não restasse mais nenhum nó e nós deixássemos de existir.
Então hoje, não somos cinco. Somos dois.
Vivemos em mundos paralelos, em linhas que jamais se cruzam ou se cruzarão.
O que me conforta é pensar que um dia, fomos nós. Que um dia, houve nós, então, o que sou hoje pouco importa, porque ontem, perdida de mim, me encontrava em você... e a vida segue.
Hoje, ainda perdida de mim e não mais em você, vejo o quanto tudo mudou, sinto o quanto tudo mudou e mesmo triste, sou feliz, por saber que em algum lugar, num mundo paralelo ao meu, está meu outro eu. Está você e somos nós.