terça-feira, 6 de agosto de 2013

QUEIMANDO!!!!


Me lembro de quando tinha uns seis anos de idade, e, passava o dia todo esperando o menino de quem eu gostava passar pela frente da minha casa. Era o ponto alto do meu dia. Bastava que ele passasse sorrindo e pronto! Meu coração disparava e eu ficava feliz.

Depois, já adolescente, por volta dos treze anos, tive uma outra paixão que me fazia sair de casa e ir dormir na casa dos pais do meu cunhado, só pra olhar pra ele de longe. Eu e minha amiga tínhamos um código, eu perguntava “cadê todo mundo?!” e ela me dizia onde encontra-lo, se ele já havia passado por lá, etc.

Já aos dezesseis, fui mais que apaixonada por um garoto que conheci na festa de quinze anos de uma das minhas amigas. Aliás, acho que nunca vou esquecer dessa festa porque além de tê-lo conhecido, despenquei escada abaixo, batendo a bunda e só parei quando já não havia mais degrau e minha saia estava na cabeça. Enfim, por esse garoto, eu pegava dois ônibus todo final de semana e morria de frio na barriga e cólica só de pensar em encontra-lo. Era o garoto mais bonito que eu já havia visto.

Aos vinte conheci um príncipe, que tocava violão e cantava nas festas da minha família. Era lindo, inteligente e me fez sentir coisas que eu nem imaginava que poderia.

Na casa dos vinte e três me apaixonei por um homem bem mais velho, que além de me ensinar os prazeres carnais, me ensinou sobre as decepções sentimentais.

Com vinte e cinco... deixa pra lá...

O garoto da rua, cresceu e perdeu o sentido de ser. O “todo mundo” virou só mais uma pessoa. O garoto mais bonito hoje é um cara legal e o príncipe, depois de me deixar por uma loira, nunca mais tive notícias. O homem mais velho se tornou oco e tudo o que veio depois foi só desilusão.

Mas a idéia daqui não é descrever meus desafetos e desamores, desventuras ou nada assim. Mas sobre o estado que fico sempre e quando uma paixão acontece.

Será que isso acontece com todas as mulheres ou eu que sou muito esquisita mesmo?! Não me concentro, como mais do que deveria, durmo mal, não trabalho, não escuto o que os outros estão falando. Só penso, respiro, espero e sinto esse distúrbio, essa loucura, esse descompasso que me deixa profundamente irritada comigo mesma!

Todos, sem exceção me tiraram a paz, o sono, o amor próprio e qualquer sinal de dignidade quando me deixaram.

Todos tiveram um final dramático, lágrimas, mentiras, choro, chocolates, quilos e quilos a mais na balança... afe! Quanta doooor!

Às vezes me pego observando algumas pessoas que parece que não sofrem! Nunca sofreram! Para essas pessoas, o amor acontece de maneira tão natural que parece item de fábrica!

Me sinto como um fusca que de repente tem que tentar ser total flex. Um ventilador que adoraria ser também aquecedor. Uma batedeira que também queria ter a função de assar o pão e o bolo, sabe?! Sinto que falta uma função adicional, complementar! Essencial para minha operacionalidade plena!

É isso! Não sou operacional! Não tenho chave multifunção, não tenho vários níveis de temperatura. Não ligo e desligo de coisas e pessoas, tipo “hora de trabalho”, “hora de pensar”, “hora de amar”...

Na verdade, acho que nasci só com a função “muito maluca”!

Hoje, nesse exato momento, sinto uma queimação interna que me incomoda profundamente! Me irrita e que de verdade está me preocupando! Busquei na internet uma explicação física, sei lá! Vai que é gastrite! Mas não consigo nem descrever o que sinto, só sei que queima! E queima mais ainda quando começo a pensar que nesse momento, tenho que desapaixonar e não consigo pensar em outra coisa a não ser nisso. Então, não trabalho!
Não pago contas, aliás, esqueci que devo! Isso é bom né?!
Não sinto que estou comendo, logo, almoço e janto mais de uma vez porque esqueço que jantei ou almocei.
Esqueço de fazer xixi, porque minha angustia é tão estranha que parece que segurar o xixi faz parte do processo, então essa queimação acompanhada da minha bexiga explodindo de cheia faz com que eu intensifique mais minha loucura. Sinto que estou incomodada, fico quicando na cadeira e não sei porque... xixi...

Então, talvez eu tenha gastrite e infecção de urina.

Talvez eu tenha loucura aguda da apaixonite intensa. Já ouviu falar?! Não?! É comum! Super comum! Geralmente mulheres intensas, malucas e insensatas sofrem desse mal.
É meio estranho de ver, mas acontece. Elas falam sozinhas, gesticulam muito, estão sempre tentando ficar mais bonitas, ligam pro cara quinhentas vezes, desligam antes de falar umas duzentas e cinquenta vezes, mas ligam!

Eu achei que com o tempo, com a idade, isso passaria sabe?! Mas não passou! Então, se não tem a ver com a idade, acho que é congênito!

Sendo assim, não tem cura, faz parte de mim. Talvez tenha um grupo de apoio.

Psiquiatra não dá jeito, já tentei!

Antidepressivo é bom, mas não dura muito.

Cigarro ajuda a relaxar, mas dá mal hálito e câncer de pulmão, aliás, 70% dos casos de câncer de pulmão são provocados pelo cigarro e se fumo porque sofro de apaixonite, então apaixonite dá cancer, não o cigarro!

Qualquer coisa com álcool intensifica, portanto, em hipótese alguma devo beber, senão é capaz de eu ir miar na janela do cara!

Massagem me ajuda a relaxar, mas só por uma hora....

Enfim... é isso! Intensamente maluca, com vontade de fazer xixi e com uma queimação que dá nos nervos...

Queria tanto conseguir girar a chave, apertar o botão, mudar de nível.... FAZER XIXIIIIII!!!!!!
 

 

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