sexta-feira, 12 de julho de 2013

REFLEXÕES E REFLEXOS...

Desde os 30, pouco antes do meu aniversário, faço minhas reflexões. Aos 30 falei das mudanças do corpo, aos 31 sobre as mudanças da alma, aos 32 sobre falsas amizades, aos 33 sobre expectativas amorosas, aos 34 sobre quase nada e agora, às vésperas dos 35, reflito sobre os reflexos.

Sempre digo a todos que minhas ações são reflexo daquilo que recebo, daquilo que percebo, daquilo que vejo. Trato como sou tratada. Não por defesa ou ataque, mas por simplesmente dar ao outro aquilo que o outro me dá. É uma simples questão de troca.

Não tenho sempre essa postura, somente se e quando necessário. Por exemplo, se me dou por inteiro a uma amizade, e, em algum momento percebo que não recebo o retorno daquilo que dou, simplesmente me limito a entregar somente o que é de fato devido. Nem mais, nem menos.

Nas relações profissionais, sempre faço isso. Me empenho em fazer meu melhor, mas, se não é o esperado, se não é o necessário, se não tenho o reconhecimento, então, limito-me a fazer somente o necessário, como diz a musiquinha do desenho da Disney, “somente o necessário, o extraordinário é demais”.

Nas relações afetivas, geralmente sou o que sou. Me entrego sem medos, sem amarras, sem limites, porque se não for assim, não vale a pena! Amores não vividos ou mal vividos são um desperdício de energia, de sentimento, de tudo o que poderia ser e não é!

Não! Meio amor não serve! Tem que ser amor por inteiro! E, se eu tiver que ser reflexo do pouco amor que o outro me dedica, prefiro não ser nada... Neste caso, opto por não refletir. Simplesmente abdico daquilo que me é tão intenso e precioso e saio de cena.

Reflita sobre isso! Vale a pena viver um amor pela metade, contentar-se a entregar ao outro o que ele te dá, se o que ele te dedica é menos, bem menos do que você quer?! Então juntos, sendo um o reflexo do outro, optam por não ser, não estar, não querer, ainda que queiram, simplesmente porque o que enxergam é o reflexo de si mesmo e à medida que o tempo passa, este reflexo fica cada vez mais turvo, menos interessante, menos interessado, e, então se perde.

Reflita sobre isso! Se você é o reflexo do outro e por ventura, o outro é seu reflexo, teoricamente, deveria receber aquilo que deseja, pois entrega o seu melhor, correto?! Mas ao refletir o outro, você deixa de se mostrar e mostra o outro a si mesmo, correto?! Mas o inverso também ocorre e ao invés de revelar-se o outro te reflete e o reflexo que é mostrado, não é bom o suficiente pra você, sendo este, seu próprio reflexo, correto?! Então, não é o outro que não é bom o bastante pra você, mas sim você é que não é bom o bastante para o outro, que você sequer conheceu! E, na verdade, nem ele ou ela se conhece, porque de tanto refletir, deixou sua essência em algum canto da moldura desse espelho maluco e vazio.

Minhas reflexões de 35, são somente reflexo daquilo que recebi e vi. Se houvesse recebido de fato o que dei, teria sido muito bom, mas não foi assim, e, se nesse momento, eu optar por refletir ao mundo tudo aquilo que recebi, não estarei sendo sequer metade do que sou e em função da minha maneira intensa e inteira de ser, íntegra, não me contento em ser reflexo de tão pouco.

Reflitamos mais, tentemos refletir menos! Sejamos vidros, não espelhos!

Vidros refletem, mas também nos dão a chance de enxergar o que há além...

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