terça-feira, 30 de agosto de 2011

Paixão - Parte 1

De repente, uma voz grita bem alto no seu ouvido ACORDAAA!!!!  E aí você pula, seu coração dispara, sua mão transpira, sua voz some e você não consegue fazer nada além de tentar lembrar como é que se respira.
Passado o momento de descompasso, o que sobra é o riso, a graça, o corpo todo tremendo e você tentando disfarçar, agir com naturalidade, voltar ao normal.
Paixão é isso! É andar distraído numa avenida completamente lotada de gente e de repente, olhar pra alguém e sentir que o mundo parou, que as ruas ficaram vazias, que alguém gritou no seu ouvido que é hora de acordar. Corpo tremendo, mãos suando, rosto repuxando, querendo ensaiar um sorriso que não sai do lugar.
É uma coisa tão maluca que tira o sono, a fome, a atenção e acaba com a concentração. Parece doença que causa uma série de distúrbios e defeitos em quem sente.
A pessoa fica pegajosa, melosa, manhosa, insistentemente chata, infantil, insegura e extremamente feliz e ao mesmo tempo infeliz. Tem picos de emoção e de tédio, tem ataques de euforia que causam situações embaraçosas, ridículas e totalmente sem sentido.
Não existe remédio para paixão. Também não há contra-indicação para tal sentimento. Muito pelo contrário! A paixão estimula a liberação de adrenalina e serotonina, que fazem muitíssimo bem ao ser humano.
Por outro lado, a liberação de tais substancias causa um efeito muitíssimo indesejado e comum que é a loucura momentânea e a fixação pelo objeto de sua paixão, ou seja, o ser apaixonado deveria passar por seções de psicoterapia, análise e em alguns casos,  às vezes usar camisa de força mesmo porque estando apaixonado, não existe ser mais estúpido do que o ser humano.
Já vi casos de pessoas que esquecem de dar comida aos peixes e os pobrezinhos morrem de fome! Outros esquecem de bichos maiores, como cachorros e gatos, que são obrigados a aparecer em programas como o da Luiza Mel apontados como vítimas de abandono! Não vou nem citar os estúpidos que abandonam os filhos, porque nesse caso, a doença é outra, não tem nada a ver com paixão.
Existem aqueles sortudos que são feitos de um material anti-emoção e anti-sentimento, então, nunca, jamais, em tempo algum passarão por situações como esta, mas em compensação, jamais saberão o quanto é gostoso dormir e acordar sorrindo, sem nem saber porque.
O fato é que ainda não se sabe se a paixão é um vírus, uma bactéria ou um parasita. Só se sabe que ele se instala no coração dos mais bobinhos e permanece por tempo indeterminado. Em alguns casos, diminui com o tempo por não ser correspondido ou por não ser do tipo paixão genuína e em outros casos, tende a crescer e se instalar permanentemente, caso correspondida, e aí, nesse caso, há a esperança de que a “doença” se torne amor, mais ou menos como o que acontece com as conchas, quando um grão de areia se instala em seu interior. Primeiro fere e depois vira uma pérola linda e valiosa.

Saudades (02/01/2008)


Você já foi tomado por uma sensação de vazio que aparece do nada e te preenche inteiro?!

Hoje estou assim...

Estou sentindo saudade e isso me incomoda muito!

Me incomoda porque não é saudade de algo que já tive, já vivi ou de alguém que conheci.

Estou com saudade de algo que não sei o que é!
Estou sofrendo de saudade de alguém que não conheço!
Estou sentindo falta de uma vida que não vivi!

Estou com saudade de um beijo que não conheço, de um perfume que não senti, de um carinho que não tive...

Estou com saudade da minha casa cheia, dos meus outros dois filhos me chamando sem parar e do João me dizendo que era tão bom quando éramos só nós dois com carinha de desespero por ter perdido o espaço que era só dele...

Estou com saudade de acordar e ouvir um “eu te amo”, dito assim baixinho ao pé do ouvido...

Estou com saudade de chegar em casa e ver tudo bagunçado, paredes pintadas e brinquedos espalhados pelo chão...

Saudade das férias de verão, saudade do jardim cheio de margaridas, rosas e das gérberas que não deram certo mas que nunca desisti de plantar...

Saudade dos lugares em que não estive! Das praias, montanhas, lagos e pescarias...

Saudade do meu sítio com um pomar bem lindo, com plantas e bichinhos e das noites de lá, cheias de vagalumes, besouros e mariposas...

Saudade gigante de pisar descalça no piso branco da minha casa e de olhar o quintal com gramado bem verdinho e da minha rede que fica sempre na varanda, faça chuva ou sol.

Saudade das brigas porque eu esqueci de colocar água no carro ou por qualquer outro motivo. E de fazer as pazes na cama, depois que todo mundo foi dormir...

Maluca né?! Mas é verdade.

Meu coração está vazio e ao mesmo tempo cheio desse sentimento tão estranho.
Como pode alguém acordar um dia sentindo saudade de algo que nunca teve?!

O mais estranho é que tenho a sensação que isso tudo já existiu. Já tive a casa, os filhos, o jardim, o amor e tudo mais...

É como se em algum lugar, talvez entre o final de um sonho e o despertar, eu os tivesse perdido e agora, estão tão longe que só consigo sentir saudade...

E sinto saudade! Sinto tanto!

Ana Paula
02/01/08
Feliz ano novo!

Sobre o que esperar



Durante um período, deixei de escrever. Perdi a mão, perdi o dom da comunicação e perdi a vontade de me expressar e dividir meus pensamentos. Inicialmente, não entendi porque, mas hoje, depois de tudo, descobri que fui lentamente drenada. Fui cruelmente sugada por aquele que um dia chamei de vampiro moderno.

Mas o ponto interessante dessa história toda, é que a culpa não foi dele! A culpa foi minha!

Diz a lenda que um vampiro não entra em minha casa, tão pouco em minha vida, sem ser convidado. Eu o convidei!

Um vampiro não pega nada que não lhe seja oferecido. Eu me ofereci!

É um conceito interessantemente estranho esse, mas, trocando em miúdos, funciona mais ou menos assim: tudo o que acontece em nossas vidas, seja bom ou ruim, é fruto de algo que buscamos, semeamos, provocamos e fazemos acontecer.

Daí, vem o pensamento: Ora, que pensamento esdrúxulo! Não busquei o mal! Plantei uma semente de amor! Provoquei paixão! Fiz coisas boas acontecerem! Como então, posso nesse momento, me encontrar numa situação infeliz?! Miserável?! Como posso colher tristeza se só plantei felicidade?!”

Na teoria, ao fertilizar um terreno, plantar sementes boas, regar diariamente e zelar pela integridade dos brotinhos, a conseqüência lógica e natural seria uma boa colheita, porém, mesmo com todo o cuidado, corremos o risco de que o solo resseque, ou fique aguado demais ou também pode acontecer de uma praga qualquer, do dia pra noite comer todos os brotinhos e acabar com a plantação, ou uma erva daninha crescer junto com o que plantamos e aí, mesmo tendo uma plantação verde e inteira, ela não será saudável e caberá a nós destruirmos nosso próprio trabalho, arrancando pela raiz, tudo o que plantamos com tanto amor.
Mesmo amando, temos que colocar um fim.

Além de também haver a possibilidade de plantarmos e dedicarmos amor em terreno infértil, o que não precisa sequer de explicação!

Nos colocando na posição de sementes, nos comparando com algo que também foi plantado por alguém, em algum ponto da vida, talvez ainda enquanto brotinhos, nós, os seres humanos decidimos ser árvores frondosas ou ervas daninhas, mas antes disso, também fomos cuidados, protegidos do sol e da chuva, fomos adubados e recebemos doses maciças de amor.

Porém, infelizmente, ao deixamos de ser brotinhos e decidirmos nosso caminho, alguns de nós, seres humanos escolhem mal e decidem ser ervas daninhas, que sugam a energia de outras plantas, ressecam o solo em que vivem, destroem a vida que os cercam, crescem com uma força maldosa e cruel, sem pensar no bem dos que estão à sua volta. São plantas ruins! Voluntariamente ruins e precisam ser arrancadas, com raiz e tudo, antes que destruam um jardim inteiro. Essa é uma decisão difícil, mas necessária. Arrancar e destruir algo ou alguém a quem dedicamos tanto amor!


Veja, quando falo em arrancar ou destruir, não uso o sentido literal, pois não há necessidade de dedicar mal a nenhum ser vivente, matar ou prejudicar, basta que não dediquemos absolutamente nada! Uma planta, seja ela uma linda flor ou erva daninha, quando não alimentada, morre à mingua, então, basta ignorar, esquecer, não aguar, não sentir e afastar de nossa luz e brilho. Pronto! Ela terá o fim que deve ter.

Voltando a mim e ao que me motivou escrever, percebo que que mesmo dando muito amor, mesmo sendo uma árvore de raiz forte, proporcionando sombra e abrigo aos que necessitam, mesmo emprestando meus galhos para que passarinhos façam ninhos, lagartas virem borboletas, dando fruto àqueles que tem fome e tentando beneficiar todos os que me cercam, não estou livre das ervas daninhas, fungos e pragas.

Ofereci amor e carinho, desejei o bem e proporcionei felicidade a um vampiro! Cultivei erva daninha no meu jardim do bem.

Errei?!

Acho que não!

Fiz minha parte! Doei meu coração, emprestei meus galhos, ofereci minha sombra e por mais que agora, me sinta triste com a sensação de que foi tudo em vão, por ver que há um buraco no meio do jardim que cultivei com tanto amor,  tenho certeza de que muito em breve, o buraco deixará de existir e outras flores crescerão.

Nesse momento, não sou mais árvore, tão pouco brotinho.

Já não me encontro mais no solo, enraizada e firme. Meu tronco secou e minha raiz se desprendeu.

O bom é que a vida se refaz diariamente, a esperança renasce a cada manhã e me trás a chance de um novo começo.

Hoje, sou lagarta, buscando uma árvore que me ofereça sua sombra, pra que eu possa construir meu casulo e virar borboleta na próxima primavera.


Sobre o que não é dito

Mulheres são, por natureza, inseguras e desconfiadas, então, muitas vezes, discussões acontecem em função daquilo que elas interpretam sobre o que não foi dito.
Como? Através de gestos involuntários.

Se sua mulher te perguntar se você a ama, e você, numa fração de segundo, desviar seu olhar do dela, demorar mais do que o tempo de um sorriso ou balançar a cabeça desordenadamente, mesmo que você diga “claro que sim meu amor!”, ela não acreditará em você!

Se sua namorada perguntar se você a ama e você imediatamente sorrir sem desviar o olhar, nem titubear por um segundo e disser “mais do que você imagina!”, ela certamente acreditará em você.

Porém, se em seguida ela disser que em função de tanto amor, está na hora de um compromisso mais sério, talvez morar juntos ou casar, e você, no susto virar os olhos pro lado e balançar a cabeça, mesmo que você sorria novamente e concorde, será tarde demais!

A essa altura, ela já sabe que você até gosta dela, mas não a ama o suficiente para considerá-la a mulher da sua vida.
Daí pode ter certeza de que depois de algumas semanas, ela tornará a perguntar se você a ama, só que dessa vez, estará olhando fixamente nos seus olhos, enxergando sua alma e qualquer gesto seu terá um significado para ela e aí, é bem possível que vocês se percam entre as inúmeras discussões que inevitavelmente acontecerão.

Mulheres em geral, são verbais, gostam de falar e ouvir, mas não escutam o que está sendo dito, só interpretam a forma como está sendo dito!

O que é dito, representa 20% de qualquer entendimento. Os demais 80% tem maior importância e provém dos intervalos entre uma frase e outra, dos gestos, dos olhares, das mãos e principalmente, de quantas vezes você repete os mesmos argumentos.

Mulher gosta de ouvir “Eu te amo”, mas não quando é dito toda hora, o tempo todo e na frente de um milhão de pessoas. Isso é interpretado como tentativa de compensação por algum erro cometido e mesmo que você não tenha cometido erro algum, você estará a partir desse momento, em observação.
O “Eu te amo” que realmente conta, é aquele dito ao pé do ouvido, quando ela finge estar dormindo e você pensa que ela não vai ouvir.

O fato é que para a mulher, você sempre vai dizer coisas que não disse, vai fazer coisas que não fez, e, estará sempre sendo analisado.

Pra mulher, o que realmente importa, não é que você diga “Eu te amo” todo dia, mas é essencial que você faça “eu te amo”  a todo momento.


Testamento



A gente sempre vê em novelas, um personagem rico fazendo um testamento, deixando os bens tão preciosos pra alguém, ou deserdando outro alguém e várias pessoas brigando pela fortuna.

Nunca vi, nessa vida real, alguém que tivesse um testamento.

Geralmente vejo filhos brigando entre si por causa do inventário da casa que era dos pais, ou empurrando as dividas que foram deixadas, mas nunca presenciei, nem conheci alguém que recebesse uma herança formal, via testamento.

Decidi então, fazer o meu testamento.

Eu, pessoa normal, gozando plenamente de minhas faculdades mentais, venho por meio desta, repartir meus mais preciosos bens, da seguinte maneira:




Para meus filhos, deixo todo o meu amor e todos os beijos que possam curar as feridas que por ventura eu não venha a ver. Deixo ainda, 1/3 da visão mais bela que tenho do mundo e toda a capacidade de perdoar que houver em mim. Deixo também todos os desejos de que seja feliz e se tornem pessoas tão especiais quanto sonhei e tão livres quanto eles possam ser.

Para minha mãe, irmãs e irmãos, deixo minha gratidão por sempre estarem ao meu lado, mesmo quando para me dar bronca.

Para meus velhos amigos, deixo minhas mais sinceras desculpas por todos os e-mails que não enviei, todos os aniversários que esqueci e todas as festas que deixei de ir. Agradeço por terem sido meus amigos, mesmo eu sendo tão ausente.

Para meus novos amigos, deixo a receita de cerveja com limão, que deve ser tomada no bar da esquina entre muitos brindes e gargalhadas.

Para aqueles que causei algum mal, mesmo que inconscientemente, deixo meu pedido de perdão, pois não vim a esse mundo desejando causar qualquer tipo de tristeza, mágoa ou rancor a quem quer que fosse.

Para os desamores que tive, deixo minhas saudades e arrependimentos, pois sei que parte do que houve, foi minha culpa.

Para o amor que não vivi, deixo meu mais sincero desejo de que seja feliz, ame e viva tudo o que não vivemos juntos. Desejo que celebre cada minuto do dia e da noite, sonhando e fazendo planos de um futuro que nunca chega. Desejo que se encontre, que descubra uma razão para viver mais e melhor e consiga se ver tão grande quanto eu o imagino.

Quanto aos bens materiais, determino que todos sejam vendidos e tudo o que for arrecadado, seja doado a alguma instituição que abrigue crianças carentes.

Determino ainda, que todos os bens que por alguma razão alheia a minha vontade não possam ser vendidos, sejam queimados e suas cinzas enterradas ao pé de uma árvore, para que de alguma forma, contribuam para o seu crescimento e finalmente tornem-se produtivos.


Um Amor Puro (escrito em 19/09/2008)

“O que há dentro do meu coração,
Que eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo tem pra me conceder
São tuas até morrer.
(...)
Aqui ou noutro lugar,
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos, haverá um céu azul...”

Certa vez, tive um e-mail que era um_amor_puro@...., adorava essa música e acreditava de verdade que pudesse existir um amor tão puro assim.

Ainda acho que pode existir, só, não sei se é pra todos.

Acho que só alguns, que tem sorte, é que tem a permissão divina pra encontrar um amor puro.

Conheci o amor incerto, o amor casual, o amor carnal, o amor espiritual, mas, jamais tive um amor puro de verdade.

Como falei antes, só tem quem tem sorte e eu, nasci com muitas coisas boas, muitas mesmo, mas nunca acertei na mega-sena, nem no jogo do bicho, nem no bingo, aliás, sempre perdi até no “par ou impar”, acha mesmo que eu iria conseguir encontrar um amor puro?!

O amor incerto serviu pra me mostrar que não se pode amar pela metade.

O amor casual, ainda existe até hoje, é mais uma amizade do que um amor, mas é mais do que amor, porque é também uma amizade.

O amor carnal me fez perder a cabeça a ponto de querer desistir de ser eu mesma pra ser parte do meu amor, mas é tão esquisito que da mesma forma que aconteceu, deixou de acontecer.

O amor espiritual é um mistério enorme! Nos encontramos toda noite, durante nossos sonhos, mas na manhã seguinte, só sei sentir saudade...

E o amor puro, aquele que nunca tive, acredito ser a junção de todos os amores que tive.

Imagina amar completamente, ter um amigo, ter a carne e o espírito, tudo junto?!
Deve ser incrível!

Acho que o que tive até agora foi um ensaio pro que ainda virá.
Já sei! Tive que ter experiências separadas pra não me achar com sorte demais na vida e não saber valorizar o amor puro, quando acontecer!

Ah que sorte eu tenho!!!

“O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro”

Um não sei o que (escrito em 24/06/2008)

Aquele professor maluco de filosofia, também deu uma aula bastante interessante sobre “Amor, Paixão, Ciúme e Possessividade”.

Falou sobre as várias formas de amar e das diversas reações que cada uma delas provoca no organismo.

É um tema bastante intrigante esse, porque dizemos sentir tudo no coração, quando na verdade o que sentimos é somente reflexo do que o cérebro está emitindo, e, coincidentemente, a sensação se concentra no tórax, próximo ao coração.

Gostei da definição de Amor com Paixão, acho que essa é a combinação perfeita de sentidos e sentimentos, pois mantém a loucura e o fogo da Paixão, somados à serenidade e o querer bem que só o Amor tem.

Mas não me lembro da explicação ou da definição do que sentimos quando estamos abertos a esses sentimentos e eles não chegam.


É “um não sei o que” que incomoda o dia todo, provocando uma sensação de vazio e busca constante.

O “não sei o que” faz com que se tenha reações e ações tão estúpidas quanto um apaixonado, tão doces quanto um amando e tão enlouquecidas quanto um ciumento e possessivo.

Pode-se dizer que esse “não sei o que” dá a impressão de que se ama alguém que ainda não existe, provoca a sensação de paixão por alguém que não se conhece e que se sinta ciúme de uma pessoa que não se tem! É muito louco!

Essa sensação surge quando um quase amor acontece, mas por alguma razão, não sai do quase, então, fica-se com a vontade de que aconteça, mas ele não acontece! Deu pra entender?!

Explicando de maneira chula: sabe quando você está naquele clima todo bom, num ritmo legal, já suado, cansado (no quase), muda de posição pra ver se dá certo, mas não consegue?! Daí quando desiste, por cansaço físico, fica na vontade?! É isso! Só que nesse caso, ainda dá pra partir pro “trabalhinho manual”, mas no caso do “não sei o que”, o que resta é atirar pra todo lado, pra ver se acerta alguma coisa. O duro é mirar no tigre e acertar uma jaguatirica...

O “não sei o que” é complicado, perigoso e dá trabalho!


Quero

Hoje quero sumir, sair, surtar, sucumbir, dormir e nunca mais acordar, até daqui a pouco.

Hoje quero chorar, amar, beijar, sorrir e cantar com a voz de uma deusa e o brilho de uma jóia.

Hoje quero ser tudo aquilo que você merece e se o que você merece é nada, então, que assim seja! Te desejo muito nada!

Hoje quero que o mundo se exploda num festival de cores, sabores e desamores pra que eu seja a única pessoa capaz de entender o que há.

Hoje quero que você seja infeliz porque já cansei de te desejar felicidade e não receber nada em troca.

Hoje quero esquecer o passado ruim e só lembrar do que foi bom e se houverem muitos espaços em branco em minha memória, quero que sejam preenchidos com cenas de aventura dos desenhos infantis.

Hoje quero um eclipse para encobrir a luz do sol e não deixar ninguém perceber o eclipse que há em mim.

Queria que tudo isso fosse meu sincero desejo, mas não é!

Hoje quero que meu telefone toque.

Quero que o sol brilhe mais do que nunca.

Quero que você seja mais feliz do que imagina e muito além disso, independente do que me dê em troca, mesmo que nada, ainda assim, vou continuar te dando tudo aquilo que merece.

Hoje, quero conseguir lembrar de todos os momentos, mesmo que tristes, pra que deles, eu possa me fortalecer e aprender sempre mais.

E se houver eclipse, que seja só lá no céu, porque quero o brilho do meu coração bem vivo e visível, caso você resolva me olhar.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MEDO

Quando uma criança começa a andar, se logo nos primeiros passos, por acaso cair, ela fica com medo de andar novamente e aí o processo de aprendizado fica lento, requer paciência, dedicação dos pais e atenção de todos.

Quando adultos, já acostumados a cair e a levantar, continuamos com medo. Mesmo sabendo que não passaremos do chão, mesmo sabendo que conseguiremos nos reerguer, mesmo sabendo que esse não foi o primeiro, nem será o último tombo, ainda assim, sentimos medo.

Nas questões financeiras, no trabalho, com as novas e possíveis falsas amizades, nos novos e possíveis amores ou desamores.

Mesmo sendo uma Fênix, mesmo estando acostumada a me lançar nas chamas e das cinzas  renascer, ainda assim, temo o fogo, ainda assim, temo a queda.

Em nossa caminhada, nos acostumamos com as quedas, com os machucados, com as lágrimas e aí, quando algo genuinamente bom acontece, temos medo de que seja somente uma brincadeira do destino, uma ilusão momentânea, algo que se possa perder na primeira esquina, na primeira frase errada, no primeiro sorriso mais bonito.

Então, temos medo de dividir com o mundo aquilo que nos faz bem, com medo de que enquanto anunciamos a boa nova, levemos um tropeção, escorreguemos, paremos no chão novamente.

Em função disso, desse medo, só dividimos más notícias, só divulgamos nossos infortunios, só deixamos que os outros saibam dos nossos fracassos.

Por esse motivo, o jornal nacional só trás notícias feias, as pessoas ficam amargas, o mundo parece cinza.

Assim sendo, neste momento, contrariando as leis desumanas que criamos, indo contra tudo aquilo que meu corpo inteiro grita, por estar paralizado de medo quero e preciso dividir algo com vocês, algo que SIM tenho medo de perder, SIM tenho medo de ser só uma ilusão, SIM TENHO MUITO MEDO DE QUE NÃO SEJA VERDADE:...

NÃO! MELHOR NÃO.....

O Hoje (escrito em 03/07/2009)



O Hoje é estranho.

Hoje tenho a sensação de que é o ultimo dia.

E se eu não for feliz hoje, então nunca mais vou ser!

Se eu não conseguir resolver meus problemas hoje, então jamais serão resolvidos.

Se eu não pagar minhas dívidas hoje, serei considerada “caloteira”.

O hoje me apressa, me empurra e me obriga a fazer coisas impensadas, insensatas e correr um risco enorme de sofrer mais.

O hoje acaba logo, é impiedoso e muitas vezes nem espera que eu assimile os acontecimentos. Ele passa e pronto.

Tem que ser hoje!

Tenho que dividir as poucas horas do meu dia pra ser e ter tudo o que desejo!

Passei oito horas de hoje dormindo, oito horas trabalhando e nas outras oito horas que restam, tenho que organizar, pensar, sonhar, viver e fazer!

Tenho que fazer muito e tudo ao mesmo tempo!

Daí me bate um desespero, um medo de não conseguir dar conta de tudo hoje!

Não fui realmente beijada hoje, não amei de verdade hoje, não vivi como gostaria ou como mereço.

Fiz tanto e parece que ainda não fiz nada.

Falta ainda tanta coisa!

Falta realizar o que planejei, desfazer os erros que cometi, pedir desculpas a quem magoei.
Falta conhecer um amigo de verdade.
Falta me tornar uma profissional excepcional.
Falta descobrir o que é amor.

Hoje tenho que descobrir quem eu sou, tenho que assumir que não sou perfeita mas tentar ser feliz assim mesmo.

Hoje preciso educar meu filho da melhor maneira possível.

Hoje preciso terminar tudo o que comecei, e ainda hoje, preciso salvar o mundo!

Sou maluca?! Não! Só tento ser racional!

Se ontem já foi e amanhã não existe, então, não sei o que vai acontecer amanhã! Não sei se ele vai chegar!

Pode ser que amanhã, um louco alucinado resolva lançar uma bomba entre nós e eu não tenha tempo de fazer tudo o que planejei hoje!

Pode ser que amanhã, Deus resolva que meu tempo aqui na terra acabou e pronto!

Pode ser que amanhã, Deus resolva que o seu tempo aqui na terra acabou e aí, eu não te disse que te amo, que sou sua amiga, que te respeito, não te pedi desculpas e nem disse que você me magoou um dia!

Não me entenda mal! Não estou sendo pessimista, tão pouco imediatista, só que eu não tenho amanhã!
O amanhã não é meu!
Sei que não serei desligada de uma hora pra outra, mas também sei que serei desligada de uma hora pra outra!

Que loucura isso!
Já pensou se todos pensassem da mesma maneira que eu penso hoje?!

Ninguém dormiria brigado, ninguém deixaria de viver um amor, ninguém deixaria de fazer o máximo possível pra pagar uma dívida, resolver um problema ou desfazer o mal.

Mas se todos pensassem da mesma maneira que eu penso, então, talvez não houvesse tempo pra pensar antes de cometer um crime, uma ofensa, ou um mal irremediável, pois só hoje não seria suficiente para desfazer os grandes erros.
É preciso mais do que hoje pra saber o que é realmente certo e o que é desespero do momento.
Então nesse caso, o amanhã é um conforto.

Apesar de eu ser totalmente a favor do “viva hoje”, o amanhã é uma ilusão necessária.

Hoje posso sonhar que amanhã vou encontrar um amor, vou me tornar boa mãe, serei a melhor amiga que eu puder, enfim, vou realizar todos os meus sonhos e desejos.

Mas amanhã ainda está tão longe!
Então, algumas coisas que sei que posso fazer hoje, faço já!

Amo você!

Me perdoa se te magoei!

Sim, eu te desculpo!

Vai embora mesmo e não volta nunca mais!

Volta, espera! Vamos conversar! Hoje não?! Que tal amanhã?!

Normal (escrito em 02/06/2008)


Quero um dia anormal.
Quero chegar em casa e ter alguém pra falar sobre coisas engraçadas e não sobre infortúnios alheios.
Quero ligar a tv e só ouvir sobre cores, flores e clima agradável.
Quero olhar a rua e ver crianças brincando sem medo.
Quero dormir tranqüila, sabendo que meu país está em boas mãos.

Tristes têm sido os dias.
Aquele em quem devemos confiar e só receber amor, é capaz de um ato cruel sem motivo. Não há razão para a crueldade.

Alega-se inocência sobre o cadáver de um inocente.
Julga-se normal a violência e a pobreza que nos cercam.
Somos vistos como números, quando na verdade, somos um pedaço do céu.
Somos almas! Fomos almas...

Pobres! Somos todos!
Não importa o saldo bancário, o carro, a casa ou o que ostentamos.
Somos todos pobres! Pobres de espírito porque nos conformamos com todo o mal que nos cerca e somos miseráveis de coração, por não nos indignarmos diariamente.
Talvez até nos indignemos, mas então, somos fracos, pois não nos levantamos contra esse mal.
E se assim somos, então, somos infelizes, fingindo felicidade, ignorando a verdade que é tão cruel e sem cor.

Essa é uma visão feia do que somos?! Pessimista, acerca do que vivemos?!
Não! Essa é a visão crítica e franca, daquilo que vivenciamos e diariamente  consideramos normal, quando na verdade, deveríamos considerar imoral.