segunda-feira, 29 de agosto de 2011

De onde venho, pra onde vou... (escrito em 12/06/2008)


Hoje, não sou metade do que fui um dia, mas sou muito mais do que poderia imaginar.
Sou hoje parte do que sonhei, parte do que vivi e tudo o que aprendi.

Fui forjado pelo tempo e pelo vento.
Inflamei nos amores não vividos e me acalmei nos banhos de chuva.
Chorei quando fui feliz e endureci quando fiquei triste.

Tive fome de amor e não de arroz e feijão, mas esse é um item que não está a venda no mercado da vida, então comi doces e distribuí afeto em forma de chocolates.

Senti dor de saudade, mas jamais liguei pros arranhões e cortes.
Dormi cedo pra descansar e acordei no meio da madrugada, pra pensar.

Caí do céu! Já fui parte de uma nuvem, mas ela ficou carregada e sem perceber, virei parte do mar. Fui uma gota perdida no meio de um mar revolto, cheio de gente confusa e triste. Tentei em vão, um milhão de vezes virar onda, mas só consegui desilusão.

Veio o frio e congelei, virei pedra pra não deixar o vento me levar contra a minha vontade.
Quando cheguei à margem, derreti e a areia me sugou. Num processo lento e dolorido. Virei parte da terra.

Ser parte da terra é bom.
Me tornei produtiva e um brotinho nasceu de mim. Está crescendo, logo vai se tornar uma árvore e florescer.

Hoje estou aqui, vendo o que acontece à minha volta. Feliz por ser quem sou, mas sentindo saudades do que fui.
Não sei se fui de fato, mas em minha memória e nos meus sonhos, fui fantástico, mas sei que ainda serei muito mais.

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