segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Escolhas e Caminhos (escrito em 17/06/2008)



 
Sempre me pareceu que o conselho mais sábio era “ouça seu coração”, mas como ouvir o coração, quando existem tantas evidências que apontam a sabedoria da razão?!
 
Será que o medo de sofrer, faz com que a razão seja melhor do que o coração?!
Será que a euforia e a impulsividade fazem com que o coração pareça tolo?!

Ontem, me disseram uma frase ótima pra esses momentos: “Quando não souber que caminho seguir, peça pra Deus te carregar no colo”.
 
A pessoa que me disse isso tem uma luz especial e uma sabedoria incrível, mas, pra chegar nesse nível, ele também sofreu, errou, fez escolhas tortas e tomou caminhos errados.

Descobri que pra chegar ao ponto certo de aceitação e felicidade, é necessário errar e sofrer muito.
 
Só não sei ainda, quando o sofrimento acaba e essa sabedoria começa.

Coisas do coração são muito esquisitas e não falo só de romances, me refiro à tudo o que fazemos e vivemos, pois tudo gira em torno do nosso pensar e sentir.
 
Por mais que eu saiba que o local de trabalho é um local para a execução determinadas tarefas, se eu não estiver contente com o que faço, então, não me sinto bem e não quero ficar onde estou.
 
Por mais que eu tenha certeza de que minha família sempre será minha família, independente do que aconteça, mesmo assim, tenho medo de causar alguma mágoa e quando eles me magoam, parece que é pra sempre, mas só dura um instante.
 
Mesmo sabendo que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe, quero ser feliz pra sempre e quando sofro, sou tão intensa e negativa que faço durar mais do que deveria.
 
Existem momentos em que a única interessada em uma determinada decisão, sou eu, mas adio tal decisão, em função dos outros.
 
A caminhada é minha, mas o caminho é traçado em função de uma série de outras pessoas, coisas, acontecimentos, passado, medos, ansiedades, frustrações, enfim, meu caminho não é traçado de maneira simples e confortável.
 
Sofro pra escolher seguir pela direita ou pela esquerda.

Não há plenitude sem sofrimento, não há caminho certo, sem que antes eu tenha que passar pelo caminho errado, não há amor sem dor, não há aprendizado sem uma grande lição; muito menos um bom professor.

Não sei se assisti novelas e filmes demais, não sei se houveram pensadores demais ou se existem teorias demais, o fato é que a vida deveria ser mais simples.
 
O caminho deveria ser mais doce e as decisões mais fáceis.

A vida, esquisita como só ela sabe ser, é reflexo da minha incerteza e acaba me forçando a fazer escolhas e a seguir por esses caminhos tortos.

Essa vida, tem me mostrado ciclos, com pessoas que vão e vem de tempo em tempo e por alguma razão, acredito que se estão voltando, é porque não aprendi minha lição, então, tenho uma segunda chance.
 
O difícil é descobrir qual é essa lição e como aprende-la sem me machucar, sem machucar os que me cercam e conseguir passar pra próxima etapa: a tal felicidade.

Não me lembro de ter passado ontem por uma estrada tão cheia de pedriscos.
 
Não me lembro de ter visto ontem montanhas tão altas que me dão vertigem.
 
Não me lembro desse cisco nos meus olhos que me faz chorar tanto.
 
Meu caminho hoje é difícil, machuca meus pés, me deixa pensativa e ao mesmo tempo, me faz valorizar cada florzinha que nasce nesse terreno tão árido.
 
Talvez seja essa a lição, talvez eu deva prestar mais atenção em pequenos detalhes que tornam essa caminhada um pouco mais agradável.
 
Talvez, meus pés tenham que ficar mais calejados e resistentes, pro caso de eu precisar atravessar um deserto, ou talvez pra que eu valorize mais quando pisar no asfalto liso.
 
Só tenho que ficar atenta e ter cuidado, pra não calejar e endurecer demais e quando o caminho for suave, estar tão cascuda e carrancuda que não vou perceber, tão pouco dar valor ao momento.

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