terça-feira, 30 de agosto de 2011

Paixão - Parte 1

De repente, uma voz grita bem alto no seu ouvido ACORDAAA!!!!  E aí você pula, seu coração dispara, sua mão transpira, sua voz some e você não consegue fazer nada além de tentar lembrar como é que se respira.
Passado o momento de descompasso, o que sobra é o riso, a graça, o corpo todo tremendo e você tentando disfarçar, agir com naturalidade, voltar ao normal.
Paixão é isso! É andar distraído numa avenida completamente lotada de gente e de repente, olhar pra alguém e sentir que o mundo parou, que as ruas ficaram vazias, que alguém gritou no seu ouvido que é hora de acordar. Corpo tremendo, mãos suando, rosto repuxando, querendo ensaiar um sorriso que não sai do lugar.
É uma coisa tão maluca que tira o sono, a fome, a atenção e acaba com a concentração. Parece doença que causa uma série de distúrbios e defeitos em quem sente.
A pessoa fica pegajosa, melosa, manhosa, insistentemente chata, infantil, insegura e extremamente feliz e ao mesmo tempo infeliz. Tem picos de emoção e de tédio, tem ataques de euforia que causam situações embaraçosas, ridículas e totalmente sem sentido.
Não existe remédio para paixão. Também não há contra-indicação para tal sentimento. Muito pelo contrário! A paixão estimula a liberação de adrenalina e serotonina, que fazem muitíssimo bem ao ser humano.
Por outro lado, a liberação de tais substancias causa um efeito muitíssimo indesejado e comum que é a loucura momentânea e a fixação pelo objeto de sua paixão, ou seja, o ser apaixonado deveria passar por seções de psicoterapia, análise e em alguns casos,  às vezes usar camisa de força mesmo porque estando apaixonado, não existe ser mais estúpido do que o ser humano.
Já vi casos de pessoas que esquecem de dar comida aos peixes e os pobrezinhos morrem de fome! Outros esquecem de bichos maiores, como cachorros e gatos, que são obrigados a aparecer em programas como o da Luiza Mel apontados como vítimas de abandono! Não vou nem citar os estúpidos que abandonam os filhos, porque nesse caso, a doença é outra, não tem nada a ver com paixão.
Existem aqueles sortudos que são feitos de um material anti-emoção e anti-sentimento, então, nunca, jamais, em tempo algum passarão por situações como esta, mas em compensação, jamais saberão o quanto é gostoso dormir e acordar sorrindo, sem nem saber porque.
O fato é que ainda não se sabe se a paixão é um vírus, uma bactéria ou um parasita. Só se sabe que ele se instala no coração dos mais bobinhos e permanece por tempo indeterminado. Em alguns casos, diminui com o tempo por não ser correspondido ou por não ser do tipo paixão genuína e em outros casos, tende a crescer e se instalar permanentemente, caso correspondida, e aí, nesse caso, há a esperança de que a “doença” se torne amor, mais ou menos como o que acontece com as conchas, quando um grão de areia se instala em seu interior. Primeiro fere e depois vira uma pérola linda e valiosa.

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