domingo, 24 de outubro de 2010

A insustentável leveza do ser


Essa semana, me dei conta de que sou uma quase 30 e isso tem pesado cada dia mais.

Trinta não é nem a metade do que pretendo viver, mas ao mesmo tempo parece tanto!
Sinto meu corpo mudar todo dia, a todo instante.
Parei com os exercícios físicos de maneira geral, então, me tornei uma total sedentária e aí, quando resolvo me exercitar, no dia seguinte sinto os efeitos.

Dez minutos de caminhada equivalem a trinta minutos de falta de ar.
Uma corridinha leve pra atravessar a rua e não perder o trem, equivale a um dia inteiro de descompasso.
Uma hora de sexo equivale a um dia inteiro de dores por todo o corpo.
Sedentarismo total!

Ontem aconteceu uma coisa bem engraçada.

Eu estava lá no meu aperto diário do trem, pensando em qualquer coisa pra me distrair e estava indo muitíssimo bem, até chegar na minha estação e eu ter que me espremer ainda mais pra caber em um espaço minúsculo e quando finalmente consegui sair, senti um alívio tão grande, uma sensação de liberdade tomou conta do meu corpo e aí percebi que em função daquele aperto todo, meu sutiã abriu.

Imagina o quanto estava espremida dentro do trem, pro fecho do sutiã abrir!
Existem homens que precisam de manual pra abrir um sutiã!

Me senti constrangida e ao mesmo tempo comecei a rir da situação e me lembrei de um carinha que estudou comigo há alguns anos.

Tivemos um breve affair e quando o negócio desandou (sempre desanda), ficamos meio que “inimigos cordiais”.
Tínhamos os mesmos amigos, então, sempre que possível, um de nós queria fazer o outro se sentir mal.
Numa dessas ocasiões, estávamos no bar com todos os amigos, bebendo e falando besteiras, senti calor e decidi tirar a blusa, e ele, sem dó nem piedade exclamou o mais alto que pôde “ai que chão frio!”, fiquei tão sem graça que não consegui fazer nada, não reagi, não revidei, nada! Foi horrível!
Obvio que bastou isso pra cordialidade ficar de lado e usando toda a minha fúria feminina, fiz com que ele se sentisse muitíssimo pior do que me senti, mas essa é outra história.

Pra deixar uma mulher mal, basta dizer que o peito está caído, a bunda mole, barriga grande, enfim, é só ressaltar algo que a incomoda esteticamente.

Pronto! Está criado um trauma e algo de que ela sempre terá vergonha.

Depois desse dia, nunca mais fiquei sem sutiã ou usei uma roupa desfavorável.

Na época do comentário infeliz, eu tinha 21, imagina agora como me sinto, vendo e sentindo a lei da gravidade contribuir com meu “declínio”?!

Desci do trem e quando percebi que meu sutiã estava aberto, cruzei os braços e apertei o passo.
Não falei nem bom dia. Fui direto pro banheiro pra me livrar dessa “leveza” e voltar à segurança do bom e velho sutiã.

Me olhei bem séria no espelho e percebi que se eu continuar tão sedentária assim, sem praticar nenhum exercício, logo estarei parecida com o Bob Esponja de tantos furos ou pior, vou ter que inventar um sutiã pra bunda porque não é só o peito que cai!

É! A idade pesa e o corpo vai ficando mais leve!

Nenhum comentário:

Postar um comentário