segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Crença, Fé ou Esperança

Quase diariamente, recebo correntes com orações, imagens de anjos, santos e afins, e quase todos vêm com aquela famosa frase “se você não enviar a todos da sua lista...” Bullshit!

Acredito em Deus, tenho uma fé que não cabe em mim, mas não fico reafirmando isso por e-mail a todas as pessoas que conheço, tão pouco tenho medo de que algo ruim aconteça se eu deletar (e deleto) os e-mails de correntes de fé.

Hoje, fugindo à regra, decidi enviar um e-mail um pouco mais cristão, e encaminhei uma mensagem que recebi, não pela corrente, mas pela mensagem nela contida, daí, me lembrei de um rapaz que conheci há 10 anos, que se dizia ateu.
A convicção dele era tão forte, que me deixou dúvidas sobre a minha fé. Ele me fez pensar e questionar uma série de coisas, fatos e acontecimentos e por um breve instante, perdi minha convicção.
Mas foi mesmo um breve momento, porque em seguida, me lembrei de um fato que me aconteceu aos cinco anos, um fato, uma memória que guardo hoje como um dos meus maiores tesouros de infância.

Acredito que cada um, à sua maneira, em algum momento da vida, passa a acreditar no Ser Maior, seja num momento de felicidade e agradecimento, seja num momento de dor e arrependimento.
Incontestavelmente, não há um ser vivo neste mundo, independente de sua religião, crença, fé ou o que quer que seja, que ao ver um filho doente, um amor sangrando, ou um perigo muito grande, não peça e espere por um milagre e esse milagre, é um só! O poder de uma força maior agindo e nos tirando desse momento de angústia.

Porque resolvi escrever sobre isso hoje?! Porque ontem à noite, o livro de histórias escolhido pelo meu filho de cinco anos foi “Pipa Guerreira”, que ele ganhou da minha irmã, mas que eu nunca havia lido pra ele antes. Para minha surpresa, a história é mais do que linda, ultrapassa qualquer expectativa de um conto infantil, falando de maneira simples sobre Deus, sobre bem e mal e principalmente, sobre as escolhas que fazemos durante nossa caminhada aqui na terra.
Percebi que fiz inúmeras escolhas erradas, durante meu caminho, das quais me arrependo profundamente, mas tal leitura me fez ter certeza de que nem aqui, ou em qualquer outro mundo, apesar de julgada por muitos, não serei jamais condenada por aquele que me fortalece.

Não me envergonho de dizer que acredito em Deus. Fui batizada na igreja católica, freqüentei igrejas evangélicas (muitas), visitei centros espíritas com amigos e descobri que a verdadeira casa em que Deus precisa de fato habitar, é meu coração.
Buscar a comunhão com Ele na presença de outras pessoas é mero detalhe. Se Ele não estiver em mim e eu Nele, não adiantará estar na presença de um altar.
Pena que tantas pessoas se envergonhem de suas crenças.

Aquele meu amigo ateu, hoje, mudou de crença, por um momento de angústia que sofreu.

Aos cinco anos, deitei no quintal de casa olhando nuvens e vi uma imagem que sorriu pra mim, me fez ficar feliz e ter certeza absoluta de que há em minha vida uma proteção maior, um amor verdadeiro que não me pede nada em troca.
Coisa de criança? Pode ser! Mas a sensação foi guardada em mim.
Aos vinte e cinco anos, revivi a mesma sensação, e, ao me tornar mãe, me senti abençoada e parte de um universo sem fim.

Qual a mensagem que quero passar hoje?! Nenhuma em especial, a não ser dizer àqueles que me cercam, mesmo que só por e-mail, que sou grata por conhecê-los, sou feliz por tê-los como amigos e que espero que se sintam tão amados, quanto eu me sinto.

Não há necessidade de repassar este e-mail, não acontecerá nenhuma coisa ruim a você ou aos seus, seu computador não vai explodir e independente da sua reação ou pensamento ao terminar de ler meu texto, saiba que te amo e te respeito, independente da sua crença, fé ou esperança.

“Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que minha alma.”
(Fernando Pessoa)

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